«Militares estão a ser tratados como funcionários públicos» - TVI

«Militares estão a ser tratados como funcionários públicos»

Considerou o almirante Castanho Pais, na manif deste sábado

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O almirante Castanho Pais disse hoje à Lusa que decidiu juntar-se ao protesto de militares em Lisboa «por causa da maneira como a instituição militar tem sido tratada desde há bastante tempo».

«O protesto não se deve só a motivos remuneratórios, mas está relacionado com os direitos derivados da condição militar, que estão gradualmente a ser retirados», disse o presidente da Assembleia Geral da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), para quem estes direitos «não são um favor».

Para Castanho Pais, «em todos os estados civilizados» há direitos especiais para os militares, mas em Portugal os militares «estão a ser tratados como meros funcionários públicos. Pede-se aos militares para defenderem a pátria, e se for preciso perderem a vida. Isto não se pede aos funcionários públicos».

Apesar de estar na reserva, Castanho Pais juntou-se à manifestação «em solidariedade com todos os camaradas que estão no activo».

O almirante falava à Lusa entre as centenas de militares que estão hoje a manifestar-se em Lisboa contra a degradação das suas condições profissionais.

As três associações que convocaram o protesto esperam uma participação «transversal» das Forças Armadas, alargada aos três ramos e a todas as patentes, e consideram que a instituição militar «nunca viveu um cenário tão negro».

Centenas de militares começaram cerca das 15:40 a desfilar entre o Rossio e a Praça do Comércio, com destino ao Ministério das Finanças, numa manifestação silenciosa, em que as palavras de ordem surgem apenas em faixas e cartazes.

À frente da manifestação, que está a descer a Rua do Ouro, estão os presidentes das três associações que convocaram o protesto: Associação Nacional de Sargentos (ANS), Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) e Associação de Praças (AP), que empunham uma faixa com os emblemas das três associações.

Outras palavras de ordem, expressas em cartazes empunhados pelos manifestantes, são: «Dignificação da condição militar», «Redução de efectivos + congelamentos = desarticulação das Forças Armadas», «Não à descaracterização da instituição militar» ou «Não à destruição da saúde e condição militar».

Nos cartazes pode ainda ler-se: «Estas políticas destroem a condição militar - Combate-as» e «Amnistia aos militares castigados por delito de opinião». A manifestação foi convocada como protesto contra a degradação das condições dos militares.
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