Corrupção: PJ faz mega-rusga - TVI

Corrupção: PJ faz mega-rusga

  • Portugal Diário
  • 5 mar 2008, 16:34

Buscas em Lisboa e Coimbra. Em causa a venda de dois imóveis dos CTT

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(ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO ÀS 19:00)

A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar, desde a manhã desta quarta-feira, diversas buscas a empresas em Lisboa e Coimbra. Em causa está uma investigação relacionada com a venda de dois imóveis dos CCT ocorrida em 2003, confirmou o PortugalDiário junto de fonte policial.

Estas diligências estão relacionadas com um processo que tem mais de um ano e em que existem indícios de crimes na área da corrupção e da criminalidade económico-financeira, como participação económica em negócio e tráfico de influências, noticia a agência Lusa.

Nas buscas participam investigadores da Direcção Central de Investigação à Corrupção e à Criminalidade Económico-Financeira (DCICCEF) da Polícia Judiciária.

A notícia das buscas foi avançada esta tarde pelo Expresso online, que indica a realização de dezenas de buscas a empresas e residências particulares, mas a fonte contactada pela Lusa precisado que a buscas incidem sobretudo em empresas.

Segundo uma fonte da PJ, as investigações prendem-se com a alegada má gestão da anterior administração dos CTT, presidida por Carlos Horta e Costa.

Em Julho de 2006, o jornal Público noticiou, com base no relatório preliminar da Inspecção-Geral de Obras Públicas (IGOP), a existência de suspeitas de práticas criminais em actos de gestão da anterior administração dos CTT - Correios de Portugal.

Este é um dos casos denunciados por Marinho Pinto

Em causa estava, nomeadamente, a venda de dois edifícios dos CTT em negócios que ascendiam a 50 milhões de euros.

Além de Horta e Costa, o relatório da IGOP apontou também o dedo ao então administrador Manuel Baptista.

Recentemente, sem citar concretamente os CTT, o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, que tem escolhido a corrupção como um dos temas da sua intervenção pública, fez referência à venda de um edifício público, em Coimbra, anunciada por 14 milhões de euros e que, horas depois, à hora da escritura foi averbada por 19,5 milhões.

Para o bastonário, pode concluir-se que 5,5 milhões de euros do erário público foram desviados para «um bolso privado».

CTT disposta a colaborar

Os CTT afirmaram-se hoje disponíveis para colaborar com as autoridades nas investigações que estão a ser feitas à venda de dois prédios dos correios a imobiliárias e o ex-presidente garante à Lusa que os negócios foram feitos dentro da legalidade.

Em declarações à Lusa, fonte oficial dos CTT disse que a empresa não tem conhecimento de buscas nas suas instalações, mas que estará disponível para colaborar.

«Até ao momento não temos conhecimento de que as nossas instalações tenham sido visitadas» pela PJ, mas «estamos disponíveis para colaborar e prestar esclarecimentos», adiantou fonte dos CTT.

«Os CTT não têm conhecimento do processo», garantiu a fonte.

Horta e Costa assegura legalidade

Também o ex-presidente dos CTT Carlos Horta e Costa, que na altura da venda dos dois imóveis presidia os correios, afirmou à agência Lusa «desconhecer o processo».

Horta e Costa, que garantiu que a sua casa «não foi alvo de buscas», adiantou que a venda dos dois imóveis foi feita dentro da «legalidade».

Em causa estão a venda de dois imóveis dos CTT, um em Coimbra e outro em Lisboa.

O imóvel de Coimbra era uma central de correios quase devoluta e foi vendida a uma empresa que, cerca de meia hora depois, a vendeu a uma outra entidade, com mais-valias.

Segundo Horta e Costa, neste negócio não há «qualquer ilegalidade», uma vez que o foi vendido pelos CTT não é o mesmo do que foi alienado posteriormente.
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