Museu de Arte Antiga: «indignada» com demissão - TVI

Museu de Arte Antiga: «indignada» com demissão

  • Portugal Diário
  • 1 ago 2007, 19:05

Dalila Rodrigues diz ter sido afastada por ter discordado publicamente do modelo de funcionamento do museu

A directora do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), Dalila Rodrigues, afirmou ter sido «surpreendida» com o seu afastamento do cargo e considerou «inacreditável» ter sido «penalizada por discordar publicamente do modelo de gestão» dos museus nacionais.

«Estou surpreendida porque nunca me foi feito nenhum reparo por parte da tutela sobre a forma como dirigi o museu. Recebi sempre elogios», disse à Agência Lusa, poucas horas depois de lhe ter sido comunicada pelo director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), Manuel Bairrão Oleiro, a não renovação da comissão de serviço.

Dalila Rodrigues entrou para o MNAA como directora em Novembro de 2004 e terminava a comissão de serviço em Setembro deste ano, mas com a entrada em vigor da nova lei orgânica do Ministério da Cultura, em Abril, os directores dos museus nacionais ficaram desde então em gestão corrente até a realização de concurso público para as novas direcções.

Devido ao estatuto especial do MNAA entre os 29 museus nacionais, o director é nomeado pela ministra da Cultura sob indicação do director do IMC, Manuel Bairrão Oleiro.

O responsável revelou hoje à Lusa que Dalila Rodrigues foi afastada devido à sua discordância do actual modelo de gestão dos museus nacionais, tutelados pelo IMC, e por ter exigido condições para continuar no cargo, nomeadamente a autonomia financeira e administrativa.

Contudo, Bairrão Oleiro comentou que a directora «fez um bom trabalho de divulgação e promoção do museu» Nacional de Arte Antiga.

À Lusa, Dalila Rodrigues garantiu que «a defesa da autonomia nunca colocou o MNAA em risco» e fez um balanço muito positivo do trabalho desenvolvido desde 2004. «Pelo contrário, desde que aqui estou, os visitantes aumentaram devido à nova programação de esposições e outras iniciativas, as receitas também, e foram realizadas obras de remodelação urgentes porque consegui mecenas para as fazer», sustentou.

Dalila Rodrigues considera ter sido afastada «unicamente» porque exprimiu «publicamente uma discordância acerca do modelo de funcionamento do museu» e manifestou «indignação» por lhe terem sido retirados apoios mecenáticos que tinha conseguido para o MNAA.

Sobre a nomeação de Paulo Henriques, actual director do Museu Nacional do Azulejo, para ocupar a direcção do MNAA, Dalila Rodrigues disse não querer fazer qualquer comentário. O novo director entrará em funções a partir de 01 de Setembro.
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