Sargentos portugueses apoiam protesto espanhol - TVI

Sargentos portugueses apoiam protesto espanhol

  • Portugal Diário
  • 20 fev 2007, 17:28

Movimento contra prisão de militar espanhol evoca direitos dos cidadãos

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O presidente da Associação Nacional de Sargentos, António Lima, apelou esta terça-feira ao cumprimento da lei que reconhece o direito de associação dos militares, criticando a prisão de um líder associativo espanhol. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

«Somos militares mas somos cidadãos. Como podem, em democracia, os militares serem capazes de defender os direitos dos cidadãos, sem ter os seus próprios direitos?», perguntou, em declarações aos jornalistas.

António Lima esteve hoje em Madrid, numa jornada de solidariedade com o presidente da Associação Unificada de Militares Espanhóis (AUME), Jorge Bravo, detido por um mês, no que as congéneres europeias da entidade espanhola consideram um ataque aos direitos associativos.

Lima integra uma delegação da EUROMIL, convidada a deslocar-se a Espanha pela AUME, em solidariedade com Jorge Bravo, que cumpre a pena de prisão imposta pelo chefe de Estado-Maior do exército espanhol.

Bravo foi detido depois de declarações que proferiu relativamente ao acidente de helicóptero no Afeganistão, no ano passado, em que morreram 17 militares espanhóis.

Emmanuel Jacob, presidente da associação europeia de militares (EUROMIL), denunciou também, esta terça-feira, o que considera ser a situação dos direitos dos militares em Espanha, afirmando que a razão da detenção de Jorge Bravo é apenas o facto de pertencer a um movimento associativo.

Jacob considerou que os soldados devem ter os mesmos direitos e liberdades na Europa, o que continua a não ocorrer, e que pertencer a um movimento associativo não deve causar «nenhum problema», como é prova disso a situação em países como a Alemanha, a Holanda ou Bélgica.

O responsável da EUROMIL afirma que o associativismo dos militares continua a causar muitos problemas em Portugal, Espanha e Itália, entre outros países, afirmando que a sua organização, que representa 34 associações em 22, «não parará até que cada soldado europeu tenha garantidos os seus direitos humanos, entre eles o direito a associar-se».

Jacob relembrou que em Abril do ano passado o Conselho da Europa reconheceu o direito ao associativismo, incluindo no âmbito militar, e que o documento foi assinado, entre outros, por Portugal e Espanha.

O militar espanhol actualmente detido já interpôs recurso da pena.
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