Mulheres entre homens - TVI

Mulheres entre homens

Militar da Força Aérea em missão no Afeganistão. Cabe a esta mulher garantir a segurança ao grupo de controladores aéreos

Há mais de 20 mil no Exército

Guilhermina e Helena, médicas, foram as primeiras oficiais a entrar no Exército. Entraram em 1989 e ainda cumprem funções ligadas à medicina. As primeiras soldados só chegaram três anos depois. Isabel Vidinha foi uma delas. «Os meus pais não queriam porque sou filha única», recorda ao PortugalDiário.

Os pais da 1º sargento Isabel não gostaram da ideia mas acabaram por aceitar a vidinha de militar que a filha escolheu. «Agora sentem orgulho», confessa a militar. Não é para menos. A rapariga que entrou para o Exército por «curiosidade» começou por baixo, como soldado, e chegou a 1º sargento. Pelo meio, uma missão na Bósnia e um curso de sargentos «difícil».

Difícil foi também o arranque de Ana Jesus. A agora capitão foi a primeira classificada do primeiro Curso de Cavalaria onde foram admitidas mulheres. Depois de um primeiro ano rigoroso na Academia Militar, Ana foi a única mulher - de onze - que passou para o segundo ano do curso. Sozinha entre 50 homens, nem sempre teve a vida facilitada.

«Lembro-me que um dia, uma sexta-feira, houve revista às camaratas. E o comandante que fez as revistas esqueceu-se de mim porque, como eu era a única mulher, estava sozinha numa camarata.»

O episódio é recordado com graça mas menos graça têm algumas resistências dos colegas de sexo masculino. «Todos os dias encontro homens que ainda acreditam que há cursos que são impossíveis de fazer por mulheres, por exemplo, nas tropas especiais», explica.

Ao todo há 20 680 mulheres no Exército. Um número que tem engordado nos últimos anos. Ainda assim, o peso feminino neste ramo das Forças Armadas não vai além dos 21 por cento. Entre os postos que elas ocupam as praças ganham a maioria. Seguem-se as sargentos e finalmente as oficiais.
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