«Portugal fica a dever muito a José Saramago», diz Sócrates - TVI

«Portugal fica a dever muito a José Saramago», diz Sócrates

José Saramago (Lux)

Primeiro-Ministro diz que «este não é o momento para falar de controvérsias» do passado

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O primeiro-ministro, José Sócrates, esteve nos Paços do Concelho de Lisboa, onde o corpo de José Saramago se encontra em câmara ardente, e disse que o escritor deixa uma impressão profunda na alma portuguesa.

«Saramago é um grande artista português, um grande escritor português e um homem muito mais popular do que muitos pensam. É um homem não apenas conhecido pela sua obra junto dos meios intelectuais, mas é um escritor que deixa uma marca e uma impressão muito profunda na alma portuguesa, em função da obra que teve ocasião de publicar», declarou José Sócrates aos jornalistas, junto ao edifício da Câmara Municipal de Lisboa.

O primeiro-ministro adiantou que estará presente no funeral de José Saramago, no domingo, em Lisboa, e recusou comentar questões como a ausência ou presença do Presidente da República, onde serão colocadas as cinzas do escritor ou se este esteve deve estar ou não no Panteão Nacional.

«A única coisa que tenho no meu espírito é o reconhecimento de um povo e de um país que fica a dever muito a José Saramago e que continuará com ele, porque a sua obra continuará a impressionar-nos e a inspirar-nos, como sempre fez», declarou.

«Este não é o momento para falar de controvérsias»

O primeiro ministro, que tinha ao seu lado o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, frisou que «a única coisa que quis transmitir» à família de José Saramago «foi a estima que o povo português e o Governo português têm por Saramago, pela obra de Saramago».

José Sócrates defendeu que «este não é o momento para falar de controvérsias» do passado relativamente a Saramago e contestou que se fale em tréguas entre o escritor e Portugal.

«Eu, pela minha parte, sempre fui um leitor e um admirador da obra de Saramago e tenho a certeza de que muitos portugueses me acompanham neste sentimento. Saramago sempre foi muito estimado no nosso país e sempre foi alguém que esteve no coração dos portugueses, pelo menos, de quem leu a sua obra», disse.

«A única coisa que eu tenho no meu coração é a ideia de que Saramago deixa uma marca na cultura portuguesa. Foi um grande escritor português, que muito potenciou o nome de Portugal e da língua portuguesa. É isso que eu neste momento quero evocar. É apenas isso que tenho registado no meu coração e no meu pensamento e no meu espírito neste momento», acrescentou.

O primeiro ministro reforçou que, neste momento, «em nome do Governo português e do povo português», apenas queria expressar «um sentimento de profunda admiração e de profunda respeito pela obra de José Saramago, pelo que ele significou para a cultura portuguesa e para a divulgação e para a afirmação da língua portuguesa no mundo».
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