Morreu Saramago: «Nem Fernando Pessoa atingiu este patamar» - TVI

Morreu Saramago: «Nem Fernando Pessoa atingiu este patamar»

Zeferino Coelho, editor do Prémio Nobel da Literatura, considera que a obra de Saramago é um «monumento literário»

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Zeferino Coelho acompanhou durante 31 anos a vida e a obra de José Saramago. O editor de grande parte dos livros do Nobel da Literatura considera que a obra do escritor é um «monumento literário» comparável ao de Fernando Pessoa e Eça de Queiroz.

É uma obra «notável», «invejável» e «difícil de igualar», considera Zeferino Coelho. O editor vai mais longe e coloca Saramago lado a lado com os melhores da literatura portuguesa.

«Nem Fernando Pessoa atingiu este patamar», realça.

Saramago polémico junta a actividade literária à cívica. Exemplo disso é o livro «Memorial do Convento». Um dos mais conhecidos títulos de Saramago conta a história da exploração dos pobres pelos ricos.

Em 36 obras publicadas Saramago incomodava com críticas. O livro que não chegou a ser concluído voltaria a abrir fogo. O tema era a guerra. A reflexão sobre a culpa de cada um e de todos nos conflitos era o alvo a atingir. Pelo menos 30 páginas estavam já escritas. Saramago não teve tempo para concluir a obra.

Do novo livro podia esperar-se novo sucesso. O Prémio Nobel da Literatura dizia que o segredo estava em não se propor chegar a lado nenhum. Saramago chegou sim a todo o lado.
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