«Saramago estava muito magoado com o Estado» - TVI

«Saramago estava muito magoado com o Estado»

Carrilho apresenta candidatura a Lisboa (arquivo)

Manuel Maria Carrilho recorda um homem «controverso»

O escritor José Saramago «era um homem controverso, como todas as grandes personalidades, mas cultivava uma proximidade discreta e secreta com Portugal», afirmou o ex-ministro Manuel Maria Carrilho à Agência Lusa, em Paris.

O actual embaixador de Portugal junto da UNESCO (a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) recorda Saramago como um rosto de Portugal no estrangeiro, «e não apenas da sua cultura, porque a cultura é o rosto do país».

«José Saramago cultivava o lado iconoclasta da sua personalidade», lembrou também o antigo ministro da Cultura sobre o Prémio Nobel da Literatura de 1998.

Manuel Maria Carrilho recordou que «estava apenas há duas semanas no Governo» de António Guterres quando o júri do Prémio Camões decidiu distinguir José Saramago em 1995, o que abriu a porta «a uma primeira oportunidade para a normalização de relações do Estado português com um grande escritor como ele».

«Saramago estava muito magoado com o Estado e com absoluta razão, na sequência do caso com Sousa Lara e a secretaria de estado da Cultura», explicou Manuel Maria Carrilho.
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