«Acho que ele me disse que foi o "Pidá" quem disparou» - TVI

«Acho que ele me disse que foi o "Pidá" quem disparou»

Noite Branca

Arguido do processo «Noite Branca» foi citado em tribunal esta sexta-feira como responsável pela morte de Aurélio Palha

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Bruno «Pidá» foi citado esta sexta-feira, pela primeira vez, em audiência de julgamento, ainda que num testemunho indirecto e algo impreciso, como o autor do homicídio do empresário portuense Aurélio Palha, escreve a Lusa.

«Acho que ele me disse que foi o "Pidá" quem disparou», afirmou Andrea Machado, citando o marido, Alberto Ferreira, que foi a única pessoa que viu o homicídio e que mais tarde também foi abatido a tiro.

Até agora só se conheciam testemunhos nesse sentido na fase de inquérito.

Depois de autorizada a depor sem a presença na sala dos arguidos e familiares destes, para não se sentir constrangida, Andrea disse, citando igualmente o marido, que no carro de onde foram disparados tiros seguiam, além de «Pidá», o co-arguido Mauro Santos e uma terceira pessoa que não é arguida no processo.

Andrea explicou que Berto lhe omitiu estes detalhes, na fase imediatamente após o homicídio, só os esmiuçando mais tarde.

A testemunha disse que notara o marido nervoso antes do homicídio de Aurélio Palha, mas, a perguntas do advogado de Bruno «Pidá», Luís Vaz Teixeira, admitiu que este estado de espírito também estivesse relacionado com a possibilidade de ser incriminado pela morte de Nuno Gaiato e com inimizades e questiúnculas que foi gerando.

«Antes de morrer, o seu marido não lhe disse que tinha medo que o Aurélio lhe limpasse o sebo», perguntou directamente o advogado de «Pidá». «Não me recordo», respondeu a testemunha.

Já com os arguidos e seus familiares na sala de audiências, o tribunal ouviu José Rodrigues, um «relações públicas» que se encontra preso à ordem de outro processo e que foi dos primeiros a chegar ao local onde Aurélio Palha foi morto.

Rodrigues garantiu que chegou a falar com Alberto Ferreira, que lhe terá confidenciado que os disparos se dirigiam a si próprio e não a Aurélio Palha.

Alberto ter-lhe-á dito também que se atirou para o chão, ao pressentir os disparos, pelo que nada viu.

«Se ele soubesse [quem ia no carro e quem disparou], tinha-me dito de certeza absoluta», referiu a testemunha.

Entre outras testemunhas, o tribunal ouviu a mulher de Aurélio Palha, Carla, que descreveu o marido como uma pessoa «tranquila», mas nada adiantou sobre razões que justificassem o seu homicídio.

Para a sessão foram igualmente convocados Benjamim, Natalino e Hélder Correia, seguranças de Miragaia, e irmãos de Natalino, que, conforme já determinou a Justiça, foi morto a tiro por «Pidá» e outros elementos do grupo de seguranças da Ribeira.

Estes depoimentos acabaram adiados para 7 de Outubro, data da próxima sessão de julgamento.
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