Porto: novo episódio de violência

Ana Filipa, namorada de Mauro Santos, um dos detidos na operação «Noite Branca», queixa-se de ter sido agredida pelo irmão de uma das vítimas dos homicídios no Porto. A jovem de 19 anos contou ao PortugalDiário que Natalino Correia, irmão de Ilídio que foi assassinado em Novembro, lhe bateu com um cinto à porta da discoteca Buddha, na Póvoa de Varzim, este sábado de madrugada.

«Eu estava na discoteca, com uns amigos, quando o Natalino entrou. Olhou para mim, reconheceu-me e depois veio com os seguranças e disse-lhes: "expulsem esta gaja". E eles puseram-me na rua». Ana Filipa conta que depois começaram as agressões: «ele tirou o cinto, agarrou-me pelo pescoço e começou a bater-me com a parte de metal no braço. Depois eu caí ao chão e bateu-me com a parte de couro na cabeça e no peito. Tenho as marcas no corpo».

E ainda meio assustada faz questão de mostrar como ficou «marcada» ao PortugalDiário. Os seus amigos tinham ficado dentro da discoteca, mas só «quando os seguranças abriram a porta, puderam ajudar», conta Ana Filipa que acrescenta que, na confusão, um dos seus amigos também foi agredido.

O PortugalDiário confirmou que Ana Filipa foi assistida no hospital de Santo António no Porto. A jovem explicou que apresentou queixa à PJ sobre esta agressão e diz que não o fez na Póvoa de Varzim «por ter medo. Só queria sair dali», disse.

«Disse que não ficava por ali»

A jovem disse que o agressor estava descontrolado e que a ameaçou. «Disse-me que isto não fica por aqui», adianta a namorada de Mauro que, confessa agora ter medo de sair à rua. «Se ele me fez isto à frente de outras pessoas, imaginem o que faria se estivesse sozinha». Mas Ana Filipa não tem dúvidas que «o Natalino queria agredir o Mauro. Ele mal me conhece, não tem nada contra mim».

O namorado de Ana Filipa, Mauro Santos, também de 19 anos, está detido nas instalações da PJ do Porto, indiciado por dois homicídios, o de Aurélio Palha e de Ilídio Correia. Este último foi morto em frente aos irmãos, Hélder e Natalino, que viram e identificaram à PJ alguns dos autores do crime. Mauro foi um dos identificados.

O PortugalDiário tentou obter um esclarecimento de Natalino Correia e do Buddah Club, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta, apesar de diversas tentativas de contacto.