A nova variante do SARS-CoV-2 detetada no Reino Unido não tem mais riscos de complicações hospitalares, nem de letalidade, mas é mais transmissível, o que a torna “mais preocupante”, afirmou esta segunda-feira a ministra da Saúde.
Até ao momento a nova variante ainda não foi observada em Portugal, afirmou aos jornalistas Marta Temido, no final de uma reunião de trabalho sobre o Plano de Vacinação de combate à covid-19, em Lisboa, na qual estiverem presentes vários ministros, representantes da task force e o primeiro-ministro, que participou por videoconferência por estar em isolamento profilático.
O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge tem trabalhado na sequenciação do genoma do vírus desde abril e os últimos estudos que realizou e que se reportam ao mês de novembro, já durante a segunda vaga da doença, não indicavam a presença desta mutação no nosso país", disse, explicando essas análises se reportam a um universo razoável de 16 distritos e 113 concelhos.
Marta Temido salientou que o mais importante é a população manter as medidas de precaução que “são essenciais para esta mutação [do vírus] como para outras”.
Segundo a ministra, o Reino Unido vinha assistindo nas últimas semanas a um número crescente de novos casos desta nova variante do vírus, que provoca a covid-19.
Através de estudos da caráter epidemiológico laboratorial realizados pelo Reino Unido e dos seus dispositivos foi possível identificar uma variante do SARS-CoV-2 que reúne “uma série de especificidades que a torna mais transmissível”.
Aquilo que nos tem sido informado é que será uma variante que não tem mais riscos de complicações hospitalares do que as anteriores, que não terá mais risco de letalidade que as anteriores, mas que terá uma capacidade de se introduzir no organismo e se de multiplicar mais acentuada do que as anteriores”, sublinhou a ministra Marta Temido.
De acordo com a ministra, o risco de transmissão efetiva (RT) de 0,4% e também de “uma transmissibilidade significativa na população” da nova variante, isso torna-a “mais preocupante”.
Sobre em que medida essa preocupação se irá materializar no plano de vacinação, Marta Temido disse que “é algo que está a ser acompanhado”.
Preventivamente um conjunto de países, e também em resposta àquilo que foi o apelo realizado no domingo pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças aos países para que precocemente elevassem os seus mecanismos de proteção, alguns países, designadamente Portugal, optaram por introduzir medidas restritivas.
Portugal optou por restringir a entrada no país de cidadãos portugueses ou com residência em Portugal ou pessoal diplomático e requerer que trouxessem um comprovativo de realização de um teste pelo método PCR com resultado negativo à covid-19.
Os que não tenham esse comprovativo devem fazer o teste e ficar em isolamento até saber o resultado, explicou a ministra
Questionada sobre uma notícia veiculada pelo Eurointelligence que avança, sem citar fontes, que a UE terá gerido mal a compra de vacinas, que não chegam para as necessidades, levando alguns países, nomeadamente a Alemanha, a procurarem comprar vacinas individualmente, ultrapassando a UE e violando o princípio da solidariedade europeia, a ministra afirmo que não tem conhecimento desta situação.
Não tenho conhecimento, muito pelo contrário”, disse, sublinhando que o que os “países do trio” que estão na presidência da União Europeia entre junho de 2020 e final de 2021 defendem uma “grande coordenação da vacinação na União Europeia e uma grande solidariedade entre os países”.
Naturalmente que é difícil entre 27 Estados fazerem este caminho”, mas os países estão “unidos” até na compra conjunta de consumíveis e acessórios para a vacinação.
Marta Temido sublinhou que é na lógica de uma “Europa solidária e social”, um dos motes na presidência portuguesa, que Portugal de colocam relativamente a esse tema, procurando a partir da posição do país no globo “ajudar e apoiar outros países com menor acesso ás vacinas”.
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