Renato Seabra vai ser julgado pelo homicídio de Carlos Castro - TVI

Renato Seabra vai ser julgado pelo homicídio de Carlos Castro

Renato Seabra em tribunal [RICARDO DURÃES/LUSA]

Relatório médico da acusação conclui que o modelo estava consciente do que estava a fazer quando assassinou o jornalista

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Renato Seabra vai mesmo ser julgado pelo homicídio de Carlos Castro. Uma avaliação psiquiátrica de Renato Seabra hoje entregue pela procuradoria de Nova Iorque rejeita que problemas mentais do jovem português estejam na origem do homicídio de Carlos Castro, em janeiro de 2011.

O juiz espera que na próxima sessão, a 9 de março, seja já possível marcar uma data para o início do julgamento, algures no mês de abril ou maio.

Contrariando a tese da defesa do jovem acusado de homicídio em segundo grau, o relatório, de 22 páginas, determina que Seabra «tinha a capacidade mental para perceber a natureza e consequências dos seus atos e de saber que os seus atos eram errados».

Mas o advogado de defesa, David Touger, que recebeu o relatório em tribunal das mãos da procuradora encarregada do caso, Maxine Rosenthal, dispõe de outra avaliação que sustenta que o jovem deve ser considerado «não culpado por razões de doença ou distúrbio mental» e mostra-se confiante que esta tese vai prevalecer perante um júri, quando o julgamento arrancar.

«Este relatório significa que vamos a tribunal e que o júri vai decidir esse assunto», disse Touger após uma curta sessão preliminar em que esteve presente Renato Seabra e a sua mãe. «A nossa defesa vai ser que ele não sabia o que fazia. Que não tinha capacidade mental para saber que o que estava a fazer era errado», adiantou o advogado.

O relatório apresentado pela defesa aponta para «doença ou debilidade mental» como motivo do crime, o que pode mesmo conduzir a uma absolvição e a uma posterior audiência sobre se Seabra está em condições de ser libertado.

Alguns elementos ainda terão de ser facultados à defesa até à audiência, em primeiro lugar os relacionados com o relatório psiquiátrico da acusação, que sustentam a conclusão e os resultados dos exames feitos a Seabra.

Seabra foi interrogado duas vezes pelo psiquiatra contratado pela procuradoria, com recurso a um intérprete, e sujeito a um teste escrito em português.

Touger aguarda ainda que lhes sejam entregues testes de ADN do quarto de hotel, que vão servir para determinar a quem pertencem as amostras de sangue recolhidas no local do crime.

A defesa quer também ter acesso a um vídeo do acusado e da vítima [Carlos Castro] no lobby do hotel Intercontinental, no dia do crime.

Seabra está acusado de homicídio em segundo grau pela procuradoria de Nova Iorque. O caso remonta a 07 de janeiro de 2011, quando Carlos Castro, que tinha 65 anos, foi encontrado nu e com sinais de agressões violentas e mutilação nos órgãos genitais no quarto de hotel que partilhava com Renato Seabra em Manhattan.

O jovem continua na prisão de Rikers Island, por decisão do departamento penal de Nova Iorque, medicado e sujeito a vigilância médica.
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