Crato: aumento de turmas não é «amontoar de crianças» - TVI

Crato: aumento de turmas não é «amontoar de crianças»

Nuno Crato [MIGUEL A. LOPES/LUSA]

Carlos Zorrinho provocou o ministro , perguntando se Vítor Gaspar «também acumulou a pasta da Educação»

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O ministro da Educação e Ciência rejeitou esta quinta-feira que o aumento do número máximo de alunos por turma no básico e secundário sirva para «amontoar» crianças nas escolas, respondendo a críticas da oposição.

Na interpelação feita pelo PS na Assembleia da República, Nuno Crato afirmou que «o número máximo não é o número obrigatório», referindo-se ao aumento de 28 para 30 alunos que o Governo determinou.

O ministro afirmou que «Portugal tem um número médio de alunos por turma inferior à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento» e que em Espanha, por exemplo, se foi bastante mais longe, com um aumento de 30 para 36 alunos por turma, no máximo.

Nuno Crato reconheceu que «há de facto escolas com capacidade bastante mais limitada que o número máximo de alunos por turma», mas que essas escolas podem escolher» a melhor maneira de organizar as salas de aula».

Respondendo a uma crítica do deputado socialista Acácio

Pinto, recusou que a medida signifique «amontoar crianças nas escolas».

O líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, desafiou Nuno Crato a dizer se o ministro das Finanças «também acumulou a pasta da Educação», apontando os «cortes cegos e as normas impensáveis, como a lei dos compromissos que estão a asfixiar o setor».

Quanto às agregações de escolas, caracterizada pela socialista Odete João como uma «trapalhada», Crato afirmou que «nunca serão superiores às agregações feitas pelo anterior governo» do PS.

«Destinam-se a reforçar a coerência do projeto educativo e a qualidade pedagógica», defendeu o ministro, afirmando que «há sempre alguém que não fica satisfeito» e acenando com as atas das «trezentas reuniões» que afirmou demonstrarem o diálogo como comunidades educativas em torno dessa matéria.

A deputada bloquista Cecília Honório criticou a opção do Governo pela «avaliação seletiva» dos exames no final do quarto e do sexto ano, ironizando se Nuno Crato estaria movido pela «nostalgia» do que se passava no seu tempo, quando era exigido às crianças que «dissessem de cor as linhas ferroviárias de Portugal e das colónias».

O ministro defendeu a opção pela avaliação como «fundamental» para detetar «falhas», voltando a falar no exemplo espanhol, onde também se «aposta na avaliação sistemática logo no início» da escolaridade.

O comunista Miguel Tiago afirmou que «seguir a troika estrangeira não é compatível com defender a escola pública» e apontou os 25 mil professores a menos nas escolas, entre outras medidas que visaram poupar 102 milhões de euros, segundo a Lusa.
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