Empresas têm poucos doutorados - TVI

Empresas têm poucos doutorados

Nuno Crato, ministro da Educação (Lusa)

Ministro da Educação defendeu utilização do conhecimento e do potencial científico e tecnológico como essencial

O ministro da Educação defendeu esta segunda-feira a utilização do conhecimento e do potencial científico e tecnológico é essencial para o desenvolvimento da economia e do país e salientou que as empresas portuguesas empregam pouco doutorados.

Nuno Crato salientou, no entanto, o «bom exemplo» do setor da saúde, com mais exportações que a indústria da cortiça ou do vinho.

«As nossas empresas empregam poucos doutorados, muitíssimo menos do que acontece nos restantes países europeus e o emprego de doutorados e a utilização do grande potencial científico e tecnológico que temos é fundamental para o desenvolvimento, não só da ciência, mas também do país», disse o governante.

O ministro falava aos jornalistas à margem da conferência para apresentação do «Diagnóstico do sistema de investigação e inovação: Desafios, forças e fraquezas rumo a 2020», um relatório elaborado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para listar os pontos positivos e negativos, e o que ainda falta corrigir para que a investigação científica nacional seja competitiva e possa captar financiamentos europeus e internacionais.

O diagnóstico refere que Portugal tem a mais baixa baixa de emprego de doutorados de um conjunto de 10 países europeus, com 2,6% contra, por exemplo, 34% na Holanda ou Bélgica.

«Já há bons exemplos. Exportamos mais produtos de alta tecnologia na área da saúde do que exportamos vinho» ou cortiça, apontou Nuno Crato.

Este desempenho «significa que temos capacidade para desenvolver mais a nossa economia através de produtos que envolvem a incorporação de ciência avançada», acrescentou.

Portugal está a negociar o acordo de parceria com a União Europeia, que «é decisivo» e um pressuposto para os fundos comunitários a atribuir no programa 2014-2020.

Para Nuno Crato, «é fundamental que o apoio à educação e à ciência seja devidamente salvaguardado».

«Queremos que o sistema científico e tecnológico evolua de forma cada vez mais competitiva, com cada vez mais apoio à ciência, com salvaguarda da ciência fundamental, mas também com uma maior ligação da ciência às empresas», resumiu o ministro da Educação e Ciência.

No seu discurso na abertura da conferência, defendeu a promoção da excelência, o que «não é uma política meramente ocasional».

A FCT lançou concursos para programas de doutoramento realizados em parceria por empresas e universidades, ao mesmo tempo que é promovida a aproximação das universidades às empresas.

Entre os mecanismos existentes, o ministro referiu os centros de inovação ou incubadoras, que mostram como pode a ciência contribuir para o desenvolvimento das empresas e apontam às universidades quais as necessidades das indústrias.

O diagnóstico refere que, «apesar do crescimento bastante significativo observado na produção científica, Portugal continua a posicionar-se a níveis inferiores ao seu potencial».

O presidente da FCT, Miguel Seabra, disse que Portugal tem a maior taxa de crescimento do número de publicações científicas, entre os países comparados, mas, na produtividade dos investigadores, ocupa o 8.º lugar e «é necessário melhorar o impacto da qualidade da produção científica».
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