Remoção de amianto na PSP de Viana acontece em junho - TVI

Remoção de amianto na PSP de Viana acontece em junho

Amianto: Viana do Castelo, a esquadra onde morreram 12 agentes com cancro

Mas obra de fundo ainda não tem data marcada

A remoção do fibrocimento existente numa área do comando da PSP de Viana do Castelo deverá começar em junho mas a obra de fundo no edifício ainda não tem data para avançar anunciou, esta segunda-feira, à Lusa fonte governamental.

«A intervenção deverá ser iniciada no próximo mês de junho, prevendo-se que venha a ser concluída até ao final de 2014» adiantou fonte do Ministério da Administração Interna (MAI) questionada pela Lusa.

Trata-se de uma cobertura com cerca de 300 metros quadrados nos anexos do edifício do Comando da PSP de Viana do Castelo onde funcionam a Esquadras de Trânsito e a Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial, além de um gabinete da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

«Além da remoção de amianto e colocação de nova cobertura, neste momento não estão calendarizadas outras intervenções nesta instalação», adiantou a mesma fonte.

Contactado pela Lusa Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) congratulou-se com o início da intervenção face «ao clima de alarmismo que se vive no comando de Viana do Castelo».

«É uma estão de saúde pública. Não são apenas dos agentes que lá trabalham, que ficam com mais garantias de que não está em causa a sua saúde, como das pessoas que recorrem aos serviços ali existentes, diariamente», afirmou.

Naqueles anexos, segundo a ASPP, trabalham cerca de 40 polícias e dois civis.

De acordo com um estudo divulgado em fevereiro passado por aquela estrutura sindical nas últimas duas décadas, 23 profissionais que trabalharam - com períodos de tempo de exposição diferentes - naquela área "desenvolveram diversos tipos de cancro".

Destes 23 polícias, segundo a ASPP, 12 já morreram da doença.

«Não estamos a afirmar que estas mortes foram causadas pelo amianto mas as coincidências são muitas e os agentes fizeram a associação entre os problemas de saúde dos colegas e o material da cobertura do anexo», sustentou Paulo Rodrigues.

As obras de substituição da cobertura chegaram a ser anunciadas pela PSP em maio de 2013, no âmbito de uma intervenção de reabilitação das instalações daquele comando, reclamada há vários anos.

Já estavam previstas anteriormente, mas até hoje não saíram do papel, apesar de preparadas pelo Ministério da Administração Interna.

Na altura o comandante da PSP de Viana do Castelo, José Vieira Cruz explicou que obras prioritárias eram a remoção do amianto e a intervenção na fachada do edifício.

A degradação na fachada exterior do edifício principal do comando, no centro da cidade de Viana do Castelo, «com buracos e cal a cair» pode mesmo «provocar danos físicos a quem esteja a passar» no passeio, disse, na ocasião José Vieira Cruz, sublinhando por isso a necessidade desta obra, prevista, pelo menos, desde 2011.

O presidente da ASPP lamenta o adiar de «uma situação que é urgente ultrapassar» não apenas para proporcionar «condições de trabalho aos agentes» do comando como também para «credibilizar a imagem da polícia junto da população». Para Paulo Rodrigues «é preocupante não haver prazo para esta reabilitação porque, os exemplos do passado demonstram que, quando não há prazos as obras caem no esquecimento».
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