«Problema do carapau já está resolvido», anuncia ministro

O ministro Jaime Silva disse que Portugal já viu atendidas várias «inquietações» com que partiu esta quinta-feira em Bruxelas para as negociações sobre as possibilidades de pesca para 2009, ao manter a quota de carapau e aumentar as de bacalhau e pescada, noticia a Lusa.

«Até agora estou satisfeito», disse Jaime Silva, após ter sido apresentado aos ministros das Pescas dos 27 um primeiro compromisso, que para Portugal contempla a manutenção da quota de carapau (26 mil toneladas), quando Bruxelas propunha inicialmente uma redução de 38,7 por cento, e «aumentos significativos» nas quotas de pescada e bacalhau.

A proposta de compromisso foi apresentada no início da reunião de dois dias de ministros das Pescas da União Europeia, que vai fixar as possibilidades de pesca para 2009 (TAC - totais admissíveis de captura) e a sua distribuição pelos Estados-membros (quotas).

Para Jaime Silva, «este compromisso já responde àquilo que era alguma inquietação dos armadores portugueses e alguma inquietação até da opinião pública», uma vez que a proposta original da Comissão Europeia afectava negativamente alguns dos peixes mais consumidos pelos portugueses e era considerada «inaceitável» pelo Governo.

Segundo o ministro, «o problema do carapau já está resolvido», já que, além da manutenção da quota, «das mais altas» da pesca portuguesa, Bruxelas também recuou na ideia original de juntar duas zonas de pesca que colocaria em concorrência directa as frotas portuguesa e espanhola, fazendo com que os portugueses fossem «penalizados duplamente».

Jaime Silva disse que os armadores portugueses também podem «ficar descansados» relativamente às quotas de bacalhau, já que, segundo o compromisso, Portugal terá um aumento de quota no bacalhau da Noruega na ordem dos 13 por cento (para 2.605 toneladas) e de 18 por cento no bacalhau de Svalbard (para 1.831 toneladas).

Por fim, o ministro apontou como outra inquietação já resolvida o aumento de 15 por cento da quota de pescada, para 2.420 toneladas.

Sublinhando que este ainda não é o compromisso definitivo, que continuará a ser negociado ao longo da noite, Jaime Silva apontou que Portugal ainda se vai bater contra a proposta da Comissão que prevê uma redução de 25 por cento da quota portuguesa para o tamboril.