Uma tonelada de peixe destruída - TVI

Uma tonelada de peixe destruída

Greve de pescadores na Doca de Matosinhos - Foto de João Abreu Miranda/Lusa

Docapesca de Matosinhos foi invadida por pescadores

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[Actualizada às 18h37]

Os pescadores e armadores que desde as 23:00 de sexta-feira bloqueavam o acesso à DocaPesca de Matosinhos decidiram terminar o protesto às 17h00 deste sábado, disse José Luís Silva, da Associação de Armadores de Pesca do Norte, escreve a Lusa.

O dirigente daquela associação adiantou que os pescadores e armadores se reúnem domingo às 10:30 na Póvoa do Varzim para decidir como prosseguir a sua luta a partir de segunda-feira.

A situação na Docapesca de Matosinhos piorou depois das 15:00 deste sábado, com a invasão das instalações pelos pescadores, que destruiram uma tonelada de peixe armazenado.

Da invasão resultaram confrontos e ficaram feridos um polícia, atingindo com uma caixa de peixe na cabeça, e um pescador, disseram à Lusa testemunhas no local.

O peixe estava retido na DocaPesca de Matosinhos, devido ao bloqueio daquelas instalações por parte dos pescadores e armadores em greve, e deveria ter sido doado a instituições de solidariedade social, disse fonte envolvida no protesto.

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Mas, perante a insistência de alguns comerciantes em tentar entrar para retirar o peixe, alguns pescadores e armadores invadiram as instalações e deitaram o peixe ao chão para impedir a possibilidade de venda.

Américo Postiga, um dos armadores que permanece no local, disse à agência Lusa que o peixe que estava armazenado em Matosinhos, cerca de uma tonelada de sardinhas, «era proveniente de uma greve furada em Espanha».

O armador lamentou que os comerciantes não tivessem deixado dar o peixe a instituições de solidariedade social, conforme tinha sido decidido anteriormente, e considerou que foi isso que exaltou os animos e levou à destruição do pescado.

«Não sendo assim, decidimos destruir o peixe para evitar a sua comercialização», disse.

De acordo com o armador, os comerciantes que tinham peixe armazenado nas lotas foram avisados da greve dos pescadores e tinham 24 horas para escoar o seu peixe.

António Macedo, dirigente do Sindicato dos Pescadores do Norte, disse à Lusa que a decisão de doar o peixe a instituições de solidariedade social mereceu a concordância de alguns dos comerciantes que estavam na lota, mas quando as carrinhas dessas instituições chegaram para recolher o pescado foram impedidas de entrar pela policia, o que causou a exaltação dos pescadores e armadores.

Figueira da Foz e Peniche sem incidentes

A greve dos pescadores nos portos da Figueira da Foz e em Peniche está a decorrer sem incidentes com comerciantes de pescado, que se têm mostrado solidários com o protesto, revelaram os armadores.

António Lé, da Associação de Armadores do Centro Litoral, o bloqueio do porto da Figueira da Foz conta já com a solidariedade dos comerciantes que «percebem as razões do protesto».

«Aqui tem havido respeito por todos e os comerciantes estão-se a juntar aos pescadores e armadores porque a luta é de todos», explicou.
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