Pescadores querem ir comprar gasóleo à Argélia - TVI

Pescadores querem ir comprar gasóleo à Argélia

Greve de pescadores na Doca de Matosinhos - Foto de João Abreu Miranda/Lusa

Ideia foi apresentada a Francisco Louçã na Póvoa de Varzim

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A possibilidade de os pescadores portugueses fretarem um navio para ir comprar gasóleo à Argélia, onde cada litro custa apenas 13 cêntimos, foi apresentada esta terça-feira a Francisco Louçã, que admitiu ser uma «boa ideia» mas de difícil execução, escreve a agência Lusa.

«Ó doutor, será que não podemos ir à Argélia buscar um navio com gasóleo, que lá custa 13 cêntimos», questionou António Cunha. «A ideia é boa, mas acho que não vão conseguir», respondeu o líder do Bloco de Esquerda, entre sorrisos para os pescadores que o rodeavam.

Francisco Louçã deslocou-se esta terça-feira ao Porto de Pesca da Póvoa de Varzim para um encontro com armadores e pescadores e recordou, logo à chegada, que se cumpre hoje o quinto dia de greve. «São precisos mais apoios à pesca», reclamou o líder do Bloco de Esquerda.

As inúmeras traineiras atracadas no cais estavam «decoradas» com panos negros, onde se podiam ler frases como «Gasóleo a baixar para podermos trabalhar» ou «Ministro para a rua para a pesca continuar».

Louçã elogiou a luta dos pescadores, especialmente no que refere ao problema dos custos com combustíveis, considerando que «lançaram um alerta que é muito importante para o país inteiro». «Vocês com esta greve fizeram-se ouvir», frisou o líder do BE, salientando que «os pescadores andam a trabalhar para pagar o gasóleo».

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Um dos armadores revelou a Louçã que, na semana passada, cada um dos seus pescadores «levou para casa 120 euros, porque a maior parte dos rendimentos foi para pagar o combustível». «Acha que se consegue governar uma casa com 120 euros?», questionou.

A gravidade da actual situação no sector das pescas levou uma senhora que também se encontrava no local a dizer a Francisco Louçã que os seus netos «já não vão para o mar, porque já não dá nada».

Por essa razão, Joaquim Piló, do Sindicato dos Pescadores, frisou que «a paralisação não pode acabar aqui». «Tem que continuar se os pescadores quiserem ter melhores condições de vida», disse.
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