Apito: PGR espera que se apure a verdade

O Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, manifestou-se esta segunda-feira esperançado de que o julgamento do processo Apito Dourado apure «o que realmente se passou» e que as respectivas decisões contribuam para o «saneamento» do espectáculo desportivo em Portugal, escreve a Lusa.

«Espero que o julgamento do processo Apito Dourado venha, primeiro, estabelecer a verdade material, o que é que realmente se passou», afirmou Pinto Monteiro, em declarações aos jornalistas, em Évora.

Apito: arguidos não querem falar

O Procurador-Geral da República deslocou-se à cidade alentejana para participar na cerimónia de inauguração das novas instalações do Tribunal da Relação de Évora, presidida pelo ministro da Justiça, Alberto Costa.

«Ordem» nalgum «tipo de corrupção que parece haver em Portugal»

No final da cerimónia, questionado pelos jornalistas sobre o processo Apito Dourado, cujo julgamento se iniciou esta segunda-feira no Tribunal de Gondomar, Pinto Monteiro disse esperar que se apure «o que se passou» e se ponha «um bocado de ordem» nalgum «tipo de corrupção que parece haver em Portugal».

«Acredito nas decisões do senhor juiz, nas decisões que venham a ser proferidas, e vou respeitá-las. Espero que contribuam para o saneamento do espectáculo desportivo do futebol».

Contudo, «independentemente do resultado», segundo o Procurador-Geral da República, a «simples instauração do processo já teve algum efeito».

«A simples instauração do processo teve um efeito de moralização, em muitos aspectos, do espectáculo desportivo em Portugal». O «problema do futebol» é «muito importante» em Portugal, já que movimenta «muitos milhões de euros, muitas paixões, das maiores que há no país, e grandes interesses», lembrou Pinto Monteiro.

«Quando algumas pessoas pensam que são pequenas questões de futebol, não são», alertou, defendendo que, por isso, «é bom que se esclareça o que se passa com o futebol».

Ainda, assim, reconheceu, o fenómeno da corrupção existe «em todos os países do mundo, em todos os campos e em todos os domínios».

Três anos e dez meses depois de ter sido detido, Valentim Loureiro e 23 arguidos começam esta segunda-feira a ser julgados.