Noite Branca: «O Hugo vai ter de assumir isto por mim» - TVI

Noite Branca: «O Hugo vai ter de assumir isto por mim»

Hugo Rocha, um dos suspeitos do homicídio do segurança da discoteca «El Sonero»

Testemunha diz que «Berto Maluco» queria ver o colega a admitir a autoria do disparo fatal sobre Gaiato

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O gerente do ginásio onde treinava «Berto Maluco» contou esta segunda-feira em tribunal que este lhe terá dito, na noite do homicídio de Nuno Gaiato, que «o Hugo se é meu amigo vai ter de assumir isto por mim», refere a Lusa.

Hugo R. é um dos três arguidos, acusados pelo Minitério Público da morte do segurança Nuno Gaiato na discoteca El Sonero a 13 de Julho de 2007, cujo julgamento se encontra a decorrer no Tribunal de São João Novo, Porto, sendo-lhe imputada a autoria do disparo fatal.

Meses mais tarde, o próprio Alberto Ferreira (conhecido por «Berto Maluco») viria a ser assassinado a rajadas de metralhadora junto à sua residência em Gaia.

Rómulo S., gerente do ginásio onde os três arguidos (Hugo R., Vasco C. e José S.), Berto e Gaiato já «foram atletas», referiu esta tarde que na noite do incidente, se encontrou com «Berto Maluco» e que este lhe terá pedido «um sítio onde pudesse ficar uns dias».

«Correu tudo mal, perdi a cabeça, não posso ir preso, preciso de desaparecer», terá sido o discurso de Alberto, segundo a testemunha que frisou que Berto «nunca me disse textualmente que foi ele» o autor do disparo contra Nuno Gaiato.

Face aos depoimentos das testemunhas, a tese de que Alberto Ferreira terá tentado convencer o arguido Hugo R. a assumir a autoria do disparo fatal, porque como foi atingido por Gaiato poderia alegar legítima defesa, continua a ganhar terreno.

Carlos C., gerente de um estabelecimento de diversão nocturna, explicou esta tarde que Berto lhe terá dito que «andava com a arma que matou o Nuno» pedindo-lhe «para levar a arma ao Hugo para ver se ficava com as impressões digitais dele».

Durante a sessão desta tarde várias testemunhas explicaram o incidente ocorrido na discoteca Number One, dias antes da morte de Gaiato, e que poderá estar na origem do alegado homicídio.

«Pelos vistos o Gaiato agrediu lá (na Number One) um cliente de quem o Berto era amigo», salientou Agostinho F., proprietário daquele estabelecimento.

Nas declarações que prestou em fase de inquérito, e que foram lidas esta tarde, a mesma testemunha «lembra-se de Berto dizer que ia chamar Gaiato à atenção».

A esta testemunha, Berto terá dito que o autor do disparo sobre Gaiato «tinha sido o Hugo mas em legítima defesa».

Sobre o alegado desentendimento entre Berto e Gaiato, Nuno C. (irmão de Gaiato) referiu que dias antes do incidente, Gaiato recebeu uma mensagem de Berto dizendo-lhe que «estava proibido de entrar na Number One».

«Nem me preocupei, sabia que eram amigos», destacou Nuno C., acrescentando que Gaiato «andava armado» e «com colete à prova de bala».

Na origem do desentendimento poderá ter estado uma segunda situação referida por Nuno C.

«Antes disto tudo, o Berto e o Nuno encontraram-se na Ribeira porque o Malagueta» (amigo de Nuno) tinha roubado haxixe a um amigo do Berto e queria que ele devolvesse», explicou a testemunha.

Na acusação, concluída a 10 de Outubro do ano passado, a equipa especial liderada pela procuradora Helena Fazenda, do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, acusou Hugo R., Vasco C. («Vasquinho») e José S. («Timóteo») pelo assassinato de Nuno Gaiato, consumado na discoteca Sonero a 13 de Julho de 2007.

Aos três arguidos são igualmente imputados crimes de coacção agravada, posse ilegal de arma e de estupefacientes.
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