Metade dos portugueses vive no estrangeiro - TVI

Metade dos portugueses vive no estrangeiro

Metade dos portugueses vive no estrangeiro

Entre 200 e 2006 a percentagem dos emigrantes aumentou 52,6 por cento, dentro da Europa. Espanha e Reino Unido são os novos destinos

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O número de portugueses que emigraram, dentro da Europa, aumentou 52,6 por cento entre 2000 e 2006. A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal Diário de Notícias, que cita o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE.

Metade da população nacional vive no estrangeiro. Cinco milhões de portugueses optaram por emigrar e, na Europa, o valor subiu de 419 mil para 639 mil nos últimos seis anos.

Apesar de muitos cidadãos lusos continuarem a emigrar para a Suíça, Andorra, Luxemburgo e até França, há um acréscimo de fluxo para Espanha e o Reino Unido. Só na Alemanha se registou uma diminuição de portugueses.

«Portugueses ganham menos, trabalham mais e não reclamam»

Desde a década de 80 que Portugal também se tornou num país de destino para muitos que procuram uma vida melhor, mas isso não significou que menos portugueses procurassem outro futuro lá fora.

Jorge Malheiros, o autor do relatório português, explicou ao Diário de Notícias que «os portugueses continuam a emigrar. E, quando se compara a evolução do emprego em Portugal entre 2003 e 2006, verificamos que este estabilizou. Se tirarmos o crescimento dos estrangeiros empregados, o emprego dos portugueses diminuiu, o que quer dizer que esses tiveram que ir para algum lado».

Portugueses duplicaram em Espanha e Andorra

Depois de muitos anos a rumar para outros continentes, os portugueses parecem agora preferir a Europa. De acordo com o Relatório Internacional sobre Migrações de 2007 da OCDE entre 2000 e 2006 o número de nacionais duplicou em Espanha e Andorra. Mas há ainda outros números curiosos como, por exemplo, na Irlanda onde a subida de emigrantes lusos foi de 246 por cento.

Dois tipos de emigrantes

Segundo o Diário de Notícias os novos fluxos migratórios traduzem-se em dois tipos de emigrantes: os que rumam para a Suíça e para o Reino Unido, em busca de trabalhos duradouros, e os que preferem Espanha, França e até Holanda, para trabalhos temporários. Estes últimos são quase sempre recrutados por agências de trabalho temporário.

Olhando para os vários continentes encontramos 1,3 milhões de portugueses nos Estados Unidos, 800 mil em França e 700 mil no Brasil.

«Não há dados que sustentem informação»

Entretanto, a secretaria de Estado das Comunidades considerou que não há dados que sustentem um aumento da emigração de portugueses para a Europa, situação que será resolvida com a criação, terça-feira, do Observatório da Emigração.

Em declarações à agência Lusa, fonte da secretaria de Estado das Comunidades disse não comentar a notícia, alegando que «não há dados que sustentem qualquer aumento, ou não, dessa emigração».

«Não há nenhum estudo científico, nem dados que sustentem os diversos estudos que têm sido apresentados», disse a mesma fonte, justificando, por isso, a criação do Observatório da Emigração.

«O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, já anunciou a criação de um Observatório da Emigração, através de um protocolo com o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresas (ISCTE)», referiu.

Não há números, mas há indicadores

Por seu lado, o presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, Carlos Pereira, disse à Lusa que apesar de não existirem números, há indicadores que apontam para um maior número de emigrantes portugueses na Europa.

«Não há números, há indicadores. Vivo em Paris e basta-me ir à rua para ver passar muitos carros com matrícula portuguesa», disse, adiantando que nos «últimos quatro, cinco anos se nota um crescimento impressionante de automóveis portugueses».
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