Médico e utente trocam acusações de agressão - TVI

Médico e utente trocam acusações de agressão

Violência [arquivo]

Clínico diz que utente o mordeu, já a mulher afirma ter sido «apertada» no pescoço

Uma mulher queixa-se de ter sido agredida por um médico da Extensão de Saúde dos Pousos, Leiria, na semana passada. O clínico rejeita as acusações e diz que apenas se defendeu, afirmou esta quarta-feira à Agência Lusa.

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral 2, ao qual pertence o Centro de Saúde Gorjão Henriques - que integra a unidade dos Pousos - aguarda uma comunicação oficial da ocorrência para abrir um inquérito.



A alegada agressão terá ocorrido na manhã de segunda-feira, quando Cecília Maria, de 40 anos, acompanhava a mãe a uma consulta.



De acordo com a versão do médico acusado, que pediu o anonimato, as agressões terão começado por parte de Cecília, que lhe terá encostado o dedo à cara, depois do clínico ter dito que iria ajustar a dose de insulina à mãe, pois as análises revelavam um descontrolo da glicose.



«Não conheço a senhora. É filha de um casal de idosos, meus pacientes há mais de 20 anos», disse à Agência Lusa, acrescentando: «Agarrei-lhe no braço para que se sentasse e ela mordeu-me. Defendi-me como pude».



Já a queixosa tem uma versão diferente. Conta que acompanhou a mãe à consulta, por esta estar um «pouco esquecida».



Explica que, depois de ver as análises, o médico recomendou-lhe insulina, pelo que perguntou ao clínico «se não lia a ficha dos doentes», pois a sua mãe «toma insulina há três anos».



Cecília diz ter pedido o Livro de Reclamações e que, «quando ia escrever no livro» o médico lhe terá «apertado o pescoço e a empurrado contra a parede».



«Também lhe bati para me libertar», admite a utente.



A mulher apresentou queixa na PSP - o que o médico também fez - e na Ordem dos Médicos. A mulher esteve ainda, esta quarta-feira, no Centro de Saúde Gorjão Henriques para pedir a transferência dos pais para um novo médico de família.



Entretanto, Isidro Costa, director executivo proposto do ACES Pinhal Litoral 2, disse à Agência Lusa que teve conhecimento do caso através de um telefonema da directora do centro de saúde.



«Não tenho qualquer comunicaçäo oficial sobre essa ocorrência, pelo que é prematuro tecer qualquer tipo de declaração», disse, admitindo que a verificar-se a comunicação oficial será aberto um inquérito sobre o caso



Perante a situação, o médico envolvido mostra-se, apesar de tudo, satisfeito com a «solidariedade» de outros doentes que acompanha, afirmando mesmo que esta quarta-feira leva para casa o «carro cheio de presentes».
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