Medicamentos: mais caros ou mais baratos? - TVI

Medicamentos: mais caros ou mais baratos?

Laboratório [arquivo] - Foto EPA

APIFARMA e Ministério da Saúde divergem nos preços quando comparam os preços em Portugal com outros países europeus

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Artigo actualizado às 21h04

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) contestou esta quinta-feira as declarações à SIC da ministra da Saúde ao afirmar que Portugal tem dos medicamentos mais caros da Europa, escreve a Lusa.

«Não podemos concordar com estas afirmações porque não são correctas e não se alicerçam na legislação porque esta impede que isso aconteça», afirmou o director executivo da APIFARMA, Rui Ivo.

Em entrevista à SIC, na quarta-feira, a ministra da Saúde, Ana Jorge, disse que «os medicamentos são mais caros em Portugal do que em outros países da Europa».

Por seu lado, segundo a APIFARMA, «a legislação que está em vigor faz com que o preço dos medicamentos no nosso país estejam abaixo da média dos quatro países de referência», Espanha, França, Itália e Grécia.

Face às imposições legais, «tem havido medidas administrativas de redução dos preços, seis por cento em 2005, seis por cento em 2007 e 3,85 por cento em 2010», acrescenta.

O Ministério da Saúde já reagiu, entretanto, às declarações da APIFARMA, sublinhando de novo que «em Portugal existem medicamentos mais caros quando comparados com os quatro países», dando alguns exemplos de medicamentos.

De acordo com dados disponibilizados pela tutela, o preço por unidade de uma embalagem de 75 mg/3 ml de Voltaren (solução injetável) é de 0,87 euros em Portugal, 0,45 em Espanha, 0,70 em França e 0,59 em Itália.

O mesmo se passa com uma embalagem de Brufen em comprimidos (400 mg): 0,18 em Portugal, 0,10 em Espanha e França, 0,15 em Itália, e 0,08 na Grécia.

Custos vão aumentar

Ao final do dia, em conferência de imprensa, em Lisboa, o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes criticou o pacote de medidas do Governo para baixar preços de medicamentos, afirmando que vai provocar aumento de custos para os cidadãos em alguns casos e desemprego no sector farmacêutico.

No decreto-lei aprovado há vários medicamentos de categorias como antiácidos e antidepressivos que sobem de escalão, o que implicará que «os utentes vão pagar o dobro» em cerca de «25 milhões de prescrições».

Mas é a baixa de seis por cento no preço dos fármacos anunciada pela ministra da Saúde, Ana Jorge, que mais preocupa os industriais, que avisam que o Governo «está a contribuir para uma diminuição significativa do número de postos de trabalho» no sector.

João Almeida Lopes afirmou que a baixa de preços levará à «redução de investimentos das companhias farmacêuticas» e que «15 a 20 por cento» dos trabalhadores poderão vir a ser despedidos.
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