Pai processa professor que impediu filho de ir ao WC - TVI

Pai processa professor que impediu filho de ir ao WC

(Foto Cláudia Lima da Costa)

Aluno de uma escola de Braga acabou por ser expulso da sala e punido com uma falta injustificada

O pai de um aluno de uma escola de Braga apresentou queixa em tribunal contra um professor que terá posto o filho fora da sala de aula por este lhe pedir insistentemente para ir à casa de banho.

Segundo a queixa, a que Lusa teve acesso nesta segunda-feira, o aluno foi ainda castigado com uma «falta injustificada».

O diretor da escola, Fausto Farinha, disse que já foi aberto um processo interno de averiguações para apurar, «com rigor», tudo o que passou.

Explicou que, segundo a lei, qualquer aluno que seja posto fora de uma sala de aula é «automaticamente punido» com falta injustificada.

No entanto, admitiu que, se o processo de averiguações concluir que não havia motivos para a expulsão da sala de aula, a falta poderá ser retirada e o aluno «ressarcido» da aula que perdeu.

Adiantou ainda que não foi a primeira vez que o aluno em questão pediu para ir à casa de banho a meio de uma aula.

No caso em questão, o pedido terá acontecido «uns 20 minutos, se tanto», após o início da aula.

Os factos remontam a 19 de outubro, na Escola Secundária Sá de Miranda, envolvendo um aluno de 15 anos e o seu professor de Filosofia.

De acordo com a queixa, o aluno pediu insistentemente ao professor para ir à casa de banho, para «fazer chichi», mas só à terceira vez, quando disse que não aguentava mais, é que o professor acedeu.

Nessa altura, o aluno estaria já «em desespero total, quase a urinar na sala de aula».

«Pega na pasta, sai da sala, vai à casa de banho e apresenta-te ao senhor diretor da escola», ter-lhe-á dito o professor.

O aluno cumpriu a ordem e o professor aplicou-lhe falta injustificada.

Para o pai do aluno, este é um caso que configura maus-tratos físicos e psicológicos.

Na queixa, o pai refere que o professor em questão terá alegado que o aluno já tinha sido alertado para fazer as necessidades fisiológicas antes do início da aula.

O docente terá ainda garantido que «foi dada ordem de saída» ao aluno face «às perturbações constantes» decorrentes dos seus pedidos para ir à casa de banho, apesar de ter sido advertido para a «gravidade do seu comportamento», «desafiando a autoridade do professor».
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