Casa Pia: três colégios suspendem avaliação - TVI

Casa Pia: três colégios suspendem avaliação

Manifestação de Professores em Lisboa

Os três maiores colégios da instituição sucumbiram à carga burocrática que se tem imposto às escolas

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Os três maiores colégios da Casa Pia decidiram suspender a avaliação de desempenho de professores devido à carga burocrática que se tem imposto às escolas, disse este sábado à Lusa fonte do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.

Em declarações à Agência Lusa, o vice-presidente do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, Óscar Soares, afirmou que foi decidida a suspensão da avaliação de desempenho nos colégios de Pina Manique, Nuno Álvares e Jacob Rodrigues Pereira.

«A decisão foi tomada após várias reuniões realizadas durante a semana passada», adiantou Óscar Soares, sublinhando que os professores não estão contra a avaliação mas sim contra a carga burocrática que esta avaliação implica.

«Ministério está a cumprir memorando»

Professores apelam a manifestação única a 8 de Novembro

De acordo com o vice-presidente do SPGL, os docentes entendem que a avaliação de desempenho prejudica o funcionamento da escola e a aprendizagem dos alunos.

Dos 120 professores do Colégio Pina Manique estiveram presentes na reunião 89, tendo 85 votado a favor da suspensão.

No Colégio Nuno Álvares votaram a favor da suspensão 78 dos 83 professores presentes na reunião, enquanto no colégio Jacob Rodrigues Pereira votaram favoravelmente 48 dos 50 docentes.

Óscar Soares adiantou ainda à Lusa que os outros colégios da Casa Pia deverão seguir o exemplo de Pina Manique, Nuno Álvares e Jacob Rodrigues Pereira.

«Na quarta-feira à tarde a direcção da Casa Pia vai reunir com os sindicatos e na quinta-feira haverá outra com os professores dos outros colégios», disse ainda o vice-presidente do SPGL.

A avaliação de desempenho arrancou no passado ano lectivo para os professores contratados e dos quadros em condições de progredir na carreira, num total de cerca de sete mil, aos quais foi aplicado um regime simplificado.

Aquele regime deveria ser aplicado de forma universal, tendo em conta apenas quatro critérios: ficha de auto-avaliação, assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e participação em acções de formação contínua.

Por outro lado, as classificações de «regular» e «insuficiente» atribuídas quer o ano passado, quer este ano lectivo, terão de ser confirmadas com nova avaliação, a realizar no ano escolar seguinte, antes dos docentes sofrerem os efeitos penalizadores previstos.

Os efeitos negativos de uma nota de «insuficiente» só se farão sentir no caso dos docentes contratados, que não renovarão contrato.

Mais suspensões

Professores de várias escolas do país aprovaram moções e abaixo-assinados a exigir ao Ministério da Educação a suspensão do processo de avaliação de desempenho.

Pela Internet, em blogues dedicados à educação, circulam vários documentos dirigidos sobretudo aos conselhos pedagógicos a pedir a suspensão do processo de avaliação de desempenho e também relatos de professores.

A Plataforma Sindical de Professores agendou para 8 de Março um plenário e uma manifestação nacional, em Lisboa, na qual os docentes vão contestar o modelo de avaliação do Ministério da Educação, e exigir um processo «justo».
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