«É na formação de professores, é nas instituições de formação que a aposta deve ser feita», considerou Mário Nogueira, a propósito do parecer divulgado na segunda-feira pelo Conselho Científico do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), segundo o qual a validade da prova de avaliação docente é «pouco fundamentada» e só se justifica se o Ministério da Educação duvidar da qualidade da formação inicial.
Uma posição que, segundo Mário Nogueira, é a única possível «para quem pensa [em] qualidade na formação de professores e de quem não está a olhar para o sistema, para as escolas e para os professores com cifrões nos olhos, como é o caso do ministro Nuno Crato».
O sindicalista adiantou que o ministro Nuno Crato está a enganar «jovens que optam por um curso de professor» e que o fazem numa instituição reconhecida e financiada pelo Ministério de Educação para obterem habilitação para ser docente.
«Depois, numa prova absolutamente absurda, [o ministério] submete em alguns minutos os jovens a essa prova, ainda por cima antecedendo um ano em que o professor está a ser avaliado, para poder pôr na rua o professor», acusou.
Por isso, o sindicalista concluiu que a prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC) «só existe para aquilo que serviu este ano: para poder afastar dos concursos cerca de oito mil candidaturas».