O defensor dos dois agentes da PSP detidos no caso do furto das armas da Polícia disse esta quinta-feira, à saída do tribunal, que, um ano e meio após o desaparecimento das Glock e dois processos disciplinares, “não há uma alteração factual". Quis com isso mostrar que não percebe porque é que os seus clientes foram detidos.
"Estamos perante uma investigação que resultou na detenção de pessoas e que parte de factos que já existiam desde 2 de janeiro de 2017 e, um ano e meio depois, não há substantivamente uma alteração factual”, disse o advogado Vítor Santos Oliveira à saída do tribunal onde hoje foram identificados os sete arguidos detidos e cujo interrogatório para aplicação de medidas de coação prossegue na sexta-feira.
O advogado explicou que hoje teve conhecimento dos factos que são imputados aos dois agentes, na altura do desaparecimento a exercer funções no armeiro da direção nacional da PSP, e que os estão a analisar de forma a perceber “como foram elencados para construir a indiciação”.
Os meus clientes eram os armeiros, foram eles que deram conta que o armeiro não estava em condições de segurança, avisaram as chefias. A pergunta principal é porque estão aqui os dois”.
Santos Oliveira disse que só depois de ter conhecimento das provas que constam do processo é que decidirá se os seus clientes vão prestar declarações, mas o mais provável é fazê-lo. “Estamos agora a começar a digerir e a analisar para perceber se faz sentido, se é uma construção, se tem uma base real”.
Prova "não é consolidada"
Já o advogado Melo Alves, que representa dois detidos civis, disse que a prova que consta no processo “não é consolidada”, e que, “por norma, o Ministério Público tem uma convicção que, regra geral, é diferente da defesa”.
A identificação dos sete arguidos envolvidos no processo do furto das armadas da PSP terminou esta quinta-feira, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa por volta das 20:00, recomeçando na sexta-feira às 09:30.
Os advogados já tomaram conhecimento dos factos pelos quais os arguidos estão indiciados pelo Ministério Público (MP).
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