Mega-operação «Polvo» faz 11 detidos

Onze homens, entre os 30 e os 45 anos, foram detidos este fim-de-semana na sequência da operação «Polvo», de combate ao crime altamente organizado e especialmente violento associado a estabelecimentos de diversão nocturna, concretamente, a casas de alterne. Segundo fonte da PSP, ao PortugalDiário terá sido desmantelado o «núcleo duro» da organização.

O «Elefante Branco», «Gallery» e «Night and Day» foram alguns dos estabelecimentos alvo de buscas, revelou ao PortugalDiário fonte ligada ao processo, acrescentando que os arguidos estão indiciados por crimes de extorsão, lenocínio, tráfico de droga, tráfico de armas e associação criminosa. Entre os detidos está um arguido do caso «Passerelle» e elementos próximos deste último.

Alguns estabelecimentos nocturnos seriam coagidos a pagar aos arguidos para serem protegidos, referiu ainda fonte da PSP.

As autoridades procederam ainda à inquirição de 22 testemunhas estrangeiras, de várias nacionalidades, e à identificação de 88 cidadãos estrangeiros, dos quais 48 foram notificados para comparecerem no SEF para averiguação e confirmação da situação de permanência em território nacional, refere a PSP em comunicado. Algumas das testemunhas foram inquiridas após terem sido localizadas e identificadas pela prática de prostituição.

Carros, droga, armas e dinheiro apreendidos

As autoridades policiais apreenderam ainda 19 viaturas de alta cilindrada e topo de gama (lucro do crime), sete revólveres de vários calibres, várias munições de diferentes calibres e 1 arma eléctrica «Taser».

Igualmente apreendidos foram 236,22 gramas de cocaína em elevado estado de pureza, 12,98 gramas de haxixe, 179 comprimidos de ecstazy e 30 caixas de esteróides anabolizantes.

A PSP apreendeu ainda 22 982 Euros, 458 dólares americanos e 40 libras, bem como diversa documentação, computadores e cheques.

No âmbito de outros processos, um dos arguidos está indiciado por agressões físicas qualificadas e agravadas a clientes de estabelecimentos nocturnos e a empregadas, neste último caso, para que cumprissem as suas ordens.

Arguidos referenciados há vários anos

Durante a operação foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão a residências, sete mandados de busca e apreensão a estabelecimentos de diversão nocturna, um mandado de busca e apreensão numa pensão.

Os suspeitos ficaram detidos nos calabouços da PSP de Lisboa e estão a ser presentes esta segunda-feira ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa para primeiro interrogatório judicial e aplicação das respectivas de medidas de coacção. Os interrogatórios deverão prolongar-se durante o dia de terça-feira.

A operação incidiu sobre um grupo de pessoas referenciado há vários anos pela prática de crimes de extorsão, lenocínio, tráfico de droga e tráfico de armas.

A operação desencadeada pelo comando da PSP de Lisboa, iniciou-se no sábado, 3 de Novembro, pelas 14horas e terminou no domingo, dia 4, pelas 18horas e visou a recolha de prova no âmbito de vários inquéritos sob investigação, em diversas zonas da área metropolitana.

223 elementos policiais envolvidos

O comando da PSP deu início à investigação criminal, sob a tutela do DIAP de Lisboa, na sequência de várias denúncias e notícias de violência em estabelecimentos de diversão nocturna.

Nesta operação estiveram envolvidos 223 elementos policiais, concretamente, 26 dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, 20 dos Grupos de Operações Especiais e 21 do corpo de intervenção, 42 do Comando Metropolitano de Lisboa (intervenção rápida) e 11 da Divisão de Investigação Criminal.