PSP de olhos postos na noite - TVI

PSP de olhos postos na noite

Discoteca [Arquivo]

Sabia que a maior parte dos casos de violência nocturna ocorre nas noitadas de sábado para domingo e dentro das discotecas? Uma análise criminal põe a nu os «crimes da noite» e manda para a rua mais de 700 polícias

O ajuste de contas é o crime mais frequente dentro das discotecas e bares. Os dados são da PSP e fazem parte de uma análise criminal, que alerta para os perigos que existem nos estabelecimentos nocturnos. Para fazer face ao sentimento de insegurança, mais de 700 polícias andam à caça dos «crimes da noite».

O estudo efectuado pela PSP alertou as autoridades para as ocorrências relacionadas com o divertimento nocturno. E revelou alguns dados curiosos. Como, por exemplo, durante o ano passado, 35 por cento destes crimes ocorreram ao domingo e apenas 24 por cento ao sábado. As horas mais perigosas são entre as 2h e as 4h da madrugada e, neste período temporal, registaram-se 29 por cento do total de crimes.

Já os distritos com mais violência nocturna são Lisboa com 32 por cento, seguido pelo Porto e Braga com 17 por cento e, por fim, Setúbal com 12 por cento. A maior parte dos crimes, 59 por cento, ocorre dentro dos próprios estabelecimentos, enquanto 41 por cento acontece nas imediações.

Já os crimes estão quase sempre relacionados com violência. A desordem e o ajuste de contas estão no topo, com 29 por cento dos casos. Seguem-se as ofensas à integridade física com 26 por cento das ocorrências.

O roubo também é frequente e soma 21 por cento do total. A violação, nestes locais, também é uma realidade e representa 9 por cento das denúncias. Ao todo, 35 por cento dos crimes envolvem armas de fogo e 32 por cento caracteriza-se por agressões e coacções.

Caça aos seguranças

É com base nestes dados que a PSP decidiu reorganizar e incrementar a fiscalização à segurança privada, uma vez que esta actividade está em «especial associada aos estabelecimentos de restauração e bebidas, e é frequentemente relacionada com indivíduos violentos, portadores de armas e em situação laboral ilegal».

Assim, tendo como objectivo detectar as ilegalidades dos estabelecimentos nocturnos, nomeadamente seguranças não credenciados ou falta de equipamentos de detecção de armas, a PSP começou já uma operação, que colocou na ruas do país mais de 700 polícias. Os resultados da primeira semana foram divulgados esta quarta-feira.

Foram detidas 42 pessoas por tráfico de droga, posse de arma e por estarem em situação ilegal no país. No entanto, a maior parte não eram seguranças.

Já no âmbito da actividade de segurança privada, foram detectadas 221 infracções, sendo a mais vulgar (68 casos) o exercício de funções de vigilância por indivíduos não titulares de cartão profissional.
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