Não se deixe enganar pelo tarot - TVI

Não se deixe enganar pelo tarot

Cartomante

São brasileiras e já actuaram em várias cidades do país. Montam consultório e pedem ouro para ser benzido. Houve até quem pedisse dinheiro ao banco. PSP deteve duas falsas cartomantes e alerta para os perigos

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A PSP deteve duas brasileiras suspeitas de terem burlado vários cidadãos através de consultas de tarot, búzios, cartas e vidência. A polícia adianta que há mais suspeitos ainda no activo e que actuam em vários pontos do país. Vítimas entregaram ouro às videntes e fizeram «empréstimos em bancos» para pagar as "ajudas".

As duas mulheres de 44 e 52 anos chegaram a Mirandela em Novembro do ano passado. «Ao chegarem abriram um consultório e começaram a distribuir panfletos», conta ao PortugalDiário fonte da PSP.

Os clientes não tardaram a surgir e a pedir às duas mulheres ajuda em questões de saúde e emocionais. «Segundo as vítimas as primeiras consultas tinham um preço razoável e decorriam com normalidade», adiantou.

As primeiras queixas surgiram quando as videntes começaram a solicitar aos clientes que levassem objectos em ouro para serem benzidos. As vítimas acederam aos pedidos e uma vez no local foram distraídas por terceiros e os «objectos benzidos» acabaram por desaparecer.

«Noutros casos era solicitado dinheiro para a resolução dos problemas espirituais. Algumas vítimas chegaram a fazer empréstimos bancários para poderem pagar em dinheiro vivo às suspeitas», explicou a mesma fonte. Os prejuízos causados pelas duas mulheres chegam aos 127 mil euros, sendo que, cerca de 120 mil corresponde a numerário e sete mil a objectos.

Segundo a PSP este tipo de burla tem vindo a ser detectada com mais frequência pelas autoridades. Quando os burlões atingem uma determinada quantia desaparecem. «Em Mirandela estiveram cerca de um mês e depois marcaram as consultas de todos os clientes para o último dia».

Muitos casos, poucas queixas

À PSP de Mirandela chegaram seis queixas contra as referidas mulheres. «Estamos convictos que houve muitas mais vítimas, mas as pessoas têm vergonha de admitir que foram enganadas e por isso não denunciam», advertiu.

Na sequência do caso de Mirandela a PSP começou uma investigação não só para apanhar as "falsas videntes", mas também para apurar a dimensão do fenómeno. No relatório confidencial da polícia surgem referenciados vários suspeitos, na sua maioria brasileiros, e relatos de casos semelhantes em Faro, Portimão, Évora, Matosinhos, Braga, Castelo Branco e outros locais do país.

A PSP não encontrou ainda ligações entre as suspeitas detidas e os suspeitos referenciados, mas é possível que exista. As duas mulheres estavam actualmente a exercer a actividade burlesca na área do Porto onde acabaram por ser detidas. Uma das videntes ficou em prisão preventiva e a parceira proibida de se ausentar pelo país.
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