Ases: 600 mil a olhar para o ar - TVI

Ases: 600 mil a olhar para o ar

Red Bull Air Race: Um «mar de gente» vindo de todo o país começou a chegar às margens do Douro de madrugada. Piqueniques nas ruas e passeios, gente na água, num ambiente igual à noite de S.João, levam o Porto e Gaia a bater o recorde do mundo. Vitória na corrida para o britânico Steve Jones

(ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO ÀS 17:15)

Cerca de 600 mil pessoas assistiram nas margens do rio Douro, no Porto e em Gaia, à oitava prova do campeonato do mundo da Red Bull Air Race, uma adesão que o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, classificou de «esmagadora». No final, todos vibraram com a vitória do outsider britânico Steve Jones, que bateu na final o líder do campeonato, Mike Mangold.

«Está a ser um espectáculo fantástico, numa cidade e num país lindo e com um público entusiasta», disse Paulo Campos, em declarações aos jornalistas. «Temos excelentes pilotos e está um sol radioso», disse congratulando-se com o facto de o evento reunir «num só dia um número tão fantástico». Garantiu o apoio do Governo para manter a prova no Porto nos próximos dois anos, mas realçou que a decisão final cabe a organização.

As pessoas amontoaram-se em todos os locais com vista para o Douro, formando uma moldura humana surpreendente, superando todas as expectativas. A maioria dos fãs começou a chegar de madrugada, de todo o País, em excursões, por meios próprios ou de transportes públicos.

Como no S. João

Entre Massarelos e a Ponte Luís I, no Porto, assim como na marginal de Gaia, numa extensão de vários quilómetros, concentraram-se «milhares e milhares» de pessoas para aplaudir os aviões, que passavam a 400 km/h. «A imagem vista do metro, ao passar a ponte Luís I, é um mar de gente», comentava-se. Rui Rio, desde a Alfândega, exultava: «É fabuloso, como se fosse a noite de S. João».

À hora do almoço, as lancheiras, as marmitas abriam-se, deixando adivinhar os menus. Bolinhos de bacalhau, lombo assado, coelho frito e até salada de alface feita na hora. Os piqueniques aconteciam à beira da estrada, nos jardins ou até nos parques de estacionamento, para fugir ao calor intenso.

Maria Augusta, de 65 anos, veio de Sobral de Nossa Senhora das Misericórdias, Ourém, numa excursão, com a família e apesar de evitar sair da sombra do parque de estacionamento, manifesta-se apreciadora deste desporto aéreo, até porque o marido e a filha fazem parte da direcção de um aeródromo.

Lurdes Soares, de 69 anos, e Deolinda Santos, de 74, vieram de Tomar, também numa excursão. «Isto é bem bonito, ainda há gente que sabe fazer coisas bem feitas», admirava-se Deolinda Santos.

Ricardo Quintas, a namorada e os amigos chegaram as 07:00 de Castanheira de Pêra. Chegaram cedo, mas nem assim garantiram um bom lugar para ver os aviões, tendo por isso optado por ir descansar para uma sombra. Melhor sorte tiveram João Fernandes e os amigos, que chegaram também «muito cedo» de Valença do Minho.

Steve Jones, a surpresa

A grande surpresa da tarde foi a exibição do britânico Steve Jones, da equipa Matador, que bateu o americano Mike Mangold (Red Bull). Um percurso impressionante, com 1:10.0, menos 38 centêsimos do que o líder do campeonato, que tem agora 41 pontos. Mangold enfrentará a próxima corrida, em San Diego, com mais dois pontos do que Paul Bonhomme, que ficou em terceiro lugar no Porto, batendo o húngaro Peter Besenyei na final de consolação.

O simpático Besenyei perde, aliás, a hipótese de disputar o título mundial, uma vez que passa a somar apenas 30 pontos, ficando muito longe de Bonhomme (39) e Mangold (41).

Confira a classificação final:

1. Steve Jones (Matador)

2. Mike Mangold (Red Bull)

3. Paul Bonhomme (Matador)

4. Peter Besenyei (Red Bull)

5. Kirby Chambliss (Red Bull)

6. Nicolas Ivanoff (MRT)

7. Nigel Lamb (Breitling)

8. Aljandro Maclean (MRT)

9. Michael Goulian (Dragon Racing)

10. Sergey Rakhmanin (Dragon Racing)

11. Frank Verteegh (Lobo)

12. Hannes Arch (Cobra)

13. Klaus Schrodt (Lobo)
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