Cuba: marinheiro da Lousã ajudou Fidel a chegar ao poder - TVI

Cuba: marinheiro da Lousã ajudou Fidel a chegar ao poder

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Adelino Mendes condecorado pela sua participação na Revolução Cubana

O português Adelino Mendes, condecorado por Fidel Castro pela sua participação na Revolução Cubana, integrou em 1936 a Revolta dos Marinheiros contra Salazar, em Lisboa, tendo-se refugiado em Cuba durante a II Guerra Mundial, refere a Lusa.

Filho de humildes camponeses da Serra da Lousã, Adelino Mendes, que apascentara ovelhas e cabras antes de ingressar na Armada, juntou-se aos comunistas do Partido Socialista Popular (PSP, marxista-leninista), em 1941, e veio a participar activamente na Revolução Cubana.

Em Havana, onde chegou a bordo do navio «Guiné», foi recebido pelo secretário-geral dos comunistas cubanos, Blas Roca.

Rejubilou, em 1959, com a entrada do Exército Rebelde em Havana, após ter integrado a rede clandestina de apoio à insurreição da Sierra Maestra, comandada por Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raul Castro.

Em 1979, no 20º aniversário do triunfo da Revolução, o líder cubano distinguiu-o, a título póstumo, com a medalha de Combatente da Luta Clandestina.

Adelino Mendes trabalhou no Ministério do Interior de Cuba, após 1959. À filha mais velha, Arminda, deu o nome de uma vizinha da Lousã por quem nutriu especial simpatia.

Ao segundo filho, oficial reformado das Forças Armadas Revolucionárias, chamou Ismael, em homenagem ao seu companheiro Ismael Fernandes "Leiteiro", morto na Revolta dos Marinheiros.

Lusitânia, a mais nova, exaltava a pátria lusa onde sonhou regressar em 1975, ano em que morreu de ataque cardíaco, em Havana.

Dos três filhos de Adelino e da costureira havanesa Maria del Cármen Boulet Rovira, Ismael é o único sobrevivente.

Nos últimos anos, os descendentes cubanos do revolucionário da Serra da Lousã adquiriram a nacionalidade portuguesa.

Fechando a diáspora encetada pelo avô há 67 anos, vários netos e bisnetos têm vindo a fixar-se em Portugal e Espanha.
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