O ministro da Administração Interna afirmou que vai propor em Conselho de Ministros a criação de uma linha de crédito e de uma conta de emergência para «situações de catástrofe», como o tornado que afectou quarta-feira o distrito de Santarém, noticia a agência Lusa.
Rui Pereira anunciou estas medidas após uma reunião no governo civil de Santarém com os autarcas de Santarém e Alcanena e os proprietários mais afectados pelo mau tempo de quarta-feira de manhã na zona e que provocou sete feridos ligeiros.
«O governo está a acompanhar a situação e está empenhado em aprovar medidas muito rápidas para lhe fazer frente», assegurou Rui Pereira, acrescentando que «hoje em Conselho de Ministros» serão apreciadas «as medidas para fazer frente a esta situação», em que «felizmente, não houve vítimas mortais».
«Podem passar, naturalmente, pela abertura de uma linha de crédito, mas também pela criação de uma conta de emergência para acorrer a estas situações, para ser accionada em casos de catástrofes, acidentes graves e para fazer frente em prejuízos causados em habitações, empresas ou noutras situações sociais que impliquem uma ajuda premente», disse.
Após aprovação em Conselho de Ministros, a abertura da conta e da linha de crédito «demorará algumas semanas», por seguir «os trâmites normais» de promulgação e publicação do decreto-lei.
Segundo Rui Pereira, o governador civil do distrito de Santarém, Paulo Fonseca, já contactou o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, para «estudar a possibilidade de aplicação de um mecanismo legal, já previsto, que é o lay-off, que permite o pagamento do essencial da remuneração, 70 por cento, aos trabalhadores que não podem continuar, de momento, a prestar funções».
Milhões de euros de prejuízos
O presidente da Câmara Municipal de Santarém enalteceu o «empenho» do governo, estimando, «de forma muito vaga», que os danos causados pelo tornado ascendam cerca de «cinco a sete milhões de euros» no concelho.
O autarca de Alcanena classificou de «devastador» o efeito do tornado, referindo não dispor ainda de um cálculo do valor dos prejuízos e que «seria impossível» assegurar o «regresso à normalidade».
Já o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, António Rodrigues, disse à Agência Lusa que o seu concelho registou a passagem do tornado de «uma forma mais ligeira», garantindo que «os 25 casos ligeiros em Zibreira, não ascendem a 50 mil euros».
«Números são ficção»
Em declarações ao PortugalDiário, Carlos Catalão, chefe do Gabinete do Governador Civil de Santarém, rejeita os números apontados pelo autarca de Santarém. «Esta é mais uma ficção do dr. Moita Flores», afirmou, adiantando que «é demasiado cedo para avançar com números concretos acerca dos prejuízos».
«Há coisas simples de resolver e outras que exigem intervenção mais séria. É preciso fazer um inventário dos estragos, saber o que é que está coberto pelos seguros», disse Carlos Catalão, que explicou que «só na segunda ou terça-feira estará concluído esse trabalho».
O responsável disse ainda que «há por exemplo cinco habitações seriamente danificadas, é preciso saber se vale a pena reconstruir ou deitar abaixo e construir de novo».
Tornado: Governo prepara ajuda
- Sara Marques
- , com Lusa
- 10 abr 2008, 12:48
Autarcas falam em milhões de euros de prejuízo. Governo Civil diz que esse valor é ficção
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