Alta tensão: REN e EDP dizem que não há riscos - TVI

Alta tensão: REN e EDP dizem que não há riscos

  • Portugal Diário
  • 23 jan 2008, 18:24
Moradores em protesto (Lusa)

Empresas argumentam com vários estudos sobre campos electro-nagnéticos

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Responsáveis da REN e EDP defendem que os diversos estudos sobre os campos electro-nagnéticos (CEM) não provam a existência de riscos para a saúde pública e reclamam mais informação para as populações, noticia a Lusa.

Jorge Marçal Liça, da Redes Energéticas Nacionais (REN), explicou, no Simpósio «bioCEM Campos Electro-Magnéticos e Sistemas Biológicos», que teve lugar esta manhã na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, que as máquinas de soldar, os micro-ondas e as máquinas de lavar são os electrodomésticos com mais carga magnética.

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António Neves Carvalho, da Electricidade de Portugal (EDP), divulgou dois estudos, um da Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC), que revela que os cabos de alta tensão apresentam um nível de risco cancerígeno comparável a substâncias como o café, a gasolina ou os pickles. E outro, elaborado pela associação «Childwood Leukemia», que conclui que três em cada cem mil crianças contraem leucemia. Deste universo onde foram detectadas as três crianças com leucemia, apenas um por cento vivia na proximidade de estruturas eléctricas.

Neves Carvalho (EDP) desenvolveu a ideia de que todos os lugares têm radiações: «Para onde quer que vamos estamos rodeados de carga magnética por isso as populações têm de ter conhecimentos e informação antes de se pronunciarem. Quando não há conhecimentos, há receios que se alastram de uma forma generalizada sem haver provas, que se podem transformar numa grande instabilidade pública».

Jorge Marçal Liça (REN), confirmou que a empresa está a elaborar um plano de desenvolvimento ambiental e estratégico que visa o cuidado ambiental e de saúde: «A população vai ser chamada a pronunciar-se neste projecto».

Nos anos 70 surgiu o primeiro caso de preocupação, a nível mundial, quanto aos possíveis efeitos dos campos electro-magnéticos na saúde humana, mas «já lá vão 30 anos e nunca se demonstrou qualquer relação concreta entre uma coisa e outra», reafirmou Marçal Liça.

O responsável da REN declarou que «o abastecimento público de electricidade pesa mais do que o impacto paisagístico a particulares, excepto quando envolve preocupações com a saúde das crianças. A REN mantém o respeito pelos cidadãos, evitando passar perto das habitações, apesar de isso ser permitido por lei».

Outro estudo apresentado no simpósio, realizado em 2005 pela Sociedade Americana de Física (APS), confirma que os campos não manifestaram qualquer risco para a saúde pública.

O Simpósio sobre os campos electromagnéticos e Sistemas Biológicos foi organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e patrocinado pela REN, a EDP e a Faculdade de Farmácia.
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