Cascais: petição com 18 600 assinaturas

A Comissão de Utentes de oncologia do Hospital de Cascais vai entregar quarta-feira na Assembleia da República uma petição com mais de 18.600 assinaturas pedindo a discussão sobre a eventual retirada da especialidade do concelho, noticiou a Lusa.

Apesar de o Ministério da Saúde ter já assegurado que os pacientes oncológicos do actual estabelecimento vão continuar a ser acompanhados no futuro hospital do município, cuja abertura está prevista para 2009, e que apenas os novos casos serão encaminhados para Lisboa, perto de 350 pessoas participaram na semana passada numa marcha silenciosa para reivindicar a manutenção dos serviços públicos de oncologia em Cascais e pedir o apoio da Câmara.

Numa «luta» apoiada publicamente pelo presidente da autarquia, António Capucho (PSD), segue-se agora, na quarta-feira, a entrega de uma petição ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, para pedir uma discussão "aberta e transparente" nas bancadas parlamentares.

«Pretende-se que todos os deputados e partidos debatam e confrontem o ministro com a questão, porque este encerramento é, no mínimo, enigmático, não nos foi dado qualquer motivo válido», explicou a representante da Comissão de Utentes, Maria João Ribeiro.

«O mínimo de assinaturas para levar a questão ao parlamento seria 5.000, portanto o número que conseguimos (mais de 18.600) evidencia a importância do assunto, que tem a ver com a vida das pessoas em concreto», acrescentou, sublinhando que o nome de António Capucho encerra a lista de assinaturas da petição.

Segundo dados disponibilizados pela Comissão de Utentes, a actual valência oncológica do Hospital de Cascais atende cerca de 350 a 400 novos doentes por ano e efectua 5.000 consultas posteriores e 4.000 sessões anuais de hospital de dia, tendo já sido premiada com um prémio de qualidade do governo e uma medalha de mérito da autarquia.

Para o próximo dia 25 está agendada uma reunião com António Capucho, a representante dos utentes e o coordenador nacional para as doenças oncológicas, Joaquim Gouveia, que tem sido acusado por médicos e pacientes de agir em função de «interesses privados».