Controlo da glucose não reduz doenças cardiovasculares - TVI

Controlo da glucose não reduz doenças cardiovasculares

  • Redação
  • Paula Lagarto, enviada da Agência Lusa
  • 9 jun 2008, 13:24
Análises

Estudos mostram que efeitos não são significativos

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Uma investigação norte-americana em diabéticos de tipo 2 de alto risco não mostrou uma redução significativa em doenças cardiovasculares, segundo os dados preliminares avançados domingo no 64º congresso anual da Associação Americana de Diabetes.

O último de três estudos centrados no controlo intensivo do açúcar no sangue incidiu «propositadamente» numa população composta por 40 por cento de indivíduos já com problemas cardiovasculares.

Foram ainda escolhidos pacientes que não responderam à terapia simples, tinham pouco controlo da hemoglobina A1c (9,5 por cento), com diabetes há cerca de 11 anos, com excesso de peso e idade a rondar os 60 anos.

Os valores normais de hemoglobina A1c, um marcador do controlo glicémico, é de 6 por cento.

Em seis meses, os pacientes com controlo intensivo registaram uma média de 6,9 por cento e os restantes de 8,4.

Redução não é significativa

«Há estimativas que indicam que um controlo intensivo da glucose em diabéticos do tipo 2 traz benefícios, mas não chegámos a números significativos de redução de eventos de doenças cardiovasculares», referiu William Duckworth, um dos coordenadores do estudo.

Nos dois grupos de doentes, os tratados intensivamente e os padrão, houve porém menos eventos cardiovasculares que o previsto, uma situação justificada pelos investigadores pelo «excelente controlo da pressão arterial, controlo dos lípidos, aumento da dieta e exercício e tratamento com aspirina».

«Pensamos que reduzindo os outros factores de risco das doenças cardiovasculares, a A1c é um marcador mais forte para complicações microvasculares, como a retinopatia e doenças renais, do que para complicações macrovasculares, como ataques cardíacos ou enfartes», acrescentou.

Os estudiosos adiantaram ainda que um controlo intensivo do açúcar no sangue para beneficiar a redução de problemas cardiovasculares deve ser feito precocemente, uma vez que não se podem esperar «milagres» em pacientes com múltiplos factores de risco, baixo controlo de glicemia ou com registo anterior de eventos.

Este estudo registou ainda uma taxa de hipoglicemia mais elevada que o esperado, nomeadamente a sua vertente mais severa, que pode levar à perda de consciência e requerer assistência médica. A investigação durou sete anos e meio.
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