Médio Tejo tem 29 mil utentes sem médico de família - TVI

Médio Tejo tem 29 mil utentes sem médico de família

[Lusa]

Uma situação que só ficaria resolvida com a colocação de 16 médicos

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, tem 29.500 utentes sem médico de família, uma situação que só ficaria resolvida com a colocação de 16 médicos, indicou a diretora do ACES.

A diretora executiva do ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou à agência Lusa que tem cerca de 29.500 utentes sem médico de família, de um total de 228.000 utentes pertencentes a 11 concelhos, sendo os casos de Abrantes (12.000 utentes a descoberto), Ourém (8.100), Torres Novas (6.300), Sardoal (2.000) e Ferreira do Zêzere (1.100) «os mais complicados».

Para colmatar as necessidades de prestação de cuidados de saúde seria necessário contratar 16 médicos, apontou, tendo o ACES Médio Tejo estado a reforçar junto da população a importância do recurso, em primeiro lugar, às Unidades de Cuidados de Saúde Primários ou contacto com a Linha de Saúde 24 antes de se dirigirem às Urgências Hospitalares.

«Temos capacidade de resposta, apesar de dificuldades em alguns concelhos, e os utentes devem procurar, em primeiro lugar, as unidades de saúde de proximidade nos cuidados primários, ao invés de se dirigirem para as urgências dos hospitais», alertou.


Sofia Theriaga afirmou não se verificar um aumento significativo de procura por motivo de doença aguda nas unidades de saúde do ACES do Médio Tejo, tendo observado que a generalidade dos utentes tem tido resposta no próprio dia.

«No ACES Médio Tejo, para além de consultas programadas, existem respostas para casos de doença aguda, e todos os médicos de família têm no seu horário períodos de consulta aberta diários, para dar resposta à doença aguda dos seus ficheiros», notou, tendo lembrado que existem, igualmente, consultas de recurso, aos utentes sem médico de família, ou cujo médico está ausente, a funcionar durante o fim de semana e feriados.


Relativamente ao surto da gripe, a diretora do ACES disse que implementará os mecanismos necessários face a qualquer alteração da procura por parte dos utentes (nomeadamente alargamento do horário de atendimento), garantindo o acesso e prestação de cuidados de saúde à população.

«As diversas Unidades de Saúde do ACES Médio Tejo estão preparadas para responder a estas medidas e garantir a prestação de serviços de saúde adequados», reiterou.


Segundo observou ainda aquela responsável à Lusa, o ACES do Médio Tejo foi o que mais vacinas da gripe administrou, no inverno passado, dentro de toda a ARSLVT, com 25.869 vacinações. Com os melhores níveis de vacinação contra a gripe seguiram-se os ACES de Almada-Seixal e Loures-Odivelas, com 22.668 e 22.136, respetivamente.

Esta época, observou Theriaga, o ACES do Médio Tejo já suplantou aqueles números, tendo administrado, até ao dia 10 de janeiro, 29.376 vacinas da gripe.

Com área territorial de 2.700 quilómetros quadrados, o ACES Médio Tejo cobre os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, com 10 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, oito Unidades de Saúde Familiares e sete Unidades de Cuidados na Comunidade.

No total, o ACES tem 100 locais de atendimento, cerca de 228.000 utentes, 115 médicos (incluindo 5 médicos de saúde pública), e 188 enfermeiros.
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