Odivelas: famílias preocupadas com rendas

As famílias desalojadas da Serra da Luz, no Concelho de Odivelas, a quem foram entregues esta semana as chaves de casas arrendadas pela autarquia, estão contentes com as novas habitações mas confessam-se «receosas» quanto ao preço das rendas, noticia a Lusa.

Passaram quase dois meses desde que a autarquia de Odivelas mandou selar três prédios na Serra da Luz, por considerar que os três lotes estavam construídos numa zona não apta para construção e que se encontravam em «perigo iminente de derrocada», situação agravada pelas fortes chuvas de 18 de Fevereiro.

Essa decisão desalojou 14 famílias que foram encaminhadas e realojadas provisoriamente numa Pensão de Lisboa, paga pela Segurança Social.

Esta segunda-feira, as famílias deslocaram-se à Câmara Municipal para receber as chaves da sua nova habitação, cuja renda vai ser suportada a meias com a autarquia e com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), durante 12 anos.

Segundo explicou a chefe de Divisão de Habitação, Alice Santos Silva, «ainda não está definido se, findos os 12 anos, as famílias terão que arcar com os encargos das rendas sozinhas ou se haverá outro tipo de ajuda».

A incerteza em relação às rendas está a preocupar algumas famílias que têm medo que estas «venham a ser muito altas».

«Ainda não nos informaram das condições»

Batista Félix vivia na Serra da Luz há pouco mais de sete anos e pagava mensalmente 245 euros de renda. Está contente com a ideia de ir morar para outra casa mas confessa que a «questão da renda ainda o preocupa muito».

«Sou eu sozinho a trabalhar, a minha companheira não tem rendimentos. Deram-nos a chave mas ainda não nos informaram das condições», conta, acrescentando que «espera não estar a ser enganado».

Batista Félix confessou também não acreditar que as casas viessem a baixo mas que a «Câmara ordenou a saída e lei é lei».

«Já houve tanta chuvada e isto aguentou, não ia ser agora», aponta, referindo que «as casas já têm cerca de 50 anos».

Relativamente à nova casa, destaca o facto de ser «muito mais espaçosa» do que a do número 14 A da Rua Dom Afonso Henriques, mas diz que não gosta dos móveis da cozinha.

«Gosto de ter as coisas à minha maneira e pretendo mudar os móveis da cozinha, embora saiba que tenho de pedir autorização ao novo senhorio», refere.