Portugal tem dois organismos públicos no top da rapidez - TVI

Portugal tem dois organismos públicos no top da rapidez

Portugal tem dois organismos públicos no top da rapidez

São serviços de formação e regulação e estão entre os 20 melhores do mundo. Mesmo assim, Administração Pública portuguesa apresenta níveis de agilidade 50 por cento inferiores à média europeia

Portugal tem dois organismos públicos entre os 20 mais ágeis do mundo. A conclusão é de um estudo denominado «Administrações Públicas Ágeis», conduzido por uma consultora internacional que analisou organismos governamentais de vários sectores, entre Julho e Setembro de 2004.

Portugal ocupa a quarta posição, ao colocar cerca de 13 por cento dos seus participantes no estudo entre os organismos de referência a nível mundial, o que, segundo o estudo, prova que é possível ter uma Administração Pública ágil no nosso país.

Apesar dos dois casos de sucesso, um na área da formação outro na área da regulação, os organismos públicos portugueses ainda apresentam níveis de agilidade cerca de 50 por cento inferiores à média europeia, que no estudo é constituída por Alemanha, Espanha, França, Itália, Polónia e Reino Unido. A Espanha lidera o ranking com cerca de 23 por cento dos organismos analisados entre os 20 primeiros, seguida do Reino Unido com 18 por cento.

Participaram no estudo cerca de 300 entidades, de mais de 20 governos mundiais, e foi dado o enfoque em três sectores públicos principais: Economia e Finanças (96 participantes), Saúde (78), e Segurança e Justiça (36).

Os organismos participantes responderam a questões relacionadas com os factores que mais afectam a rapidez, flexibilidade e capacidade de resposta das suas organizações, os aspectos motivadores e constrangimentos mais importantes para a continuação do processo de mudança e as opções futuras do ponto de vista de investimento.

Embora as prioridades dependam do tipo de organismo em causa, os organismos públicos ágeis gerem de modo eficaz seis factores-chave: liderança, gestão de desempenho, serviço e atenção ao cliente, cultura e valores organizacionais, gestão da mudança e inovação de operações.

A agilidade é entendida como a combinação de rapidez, flexibilidade e capacidade de resposta.

Em Portugal, participaram 16 entidades da Administração Pública, pertencentes a 10 Ministérios, com actuação nas vertentes de regulamentação, regulação, supervisão, dinamização e formação.

O estudo conclui que os organismos portugueses se destacam positivamente na gestão do desempenho e na inovação de operações, apresentando oportunidades de desenvolvimento significativas em liderança e na atenção e serviços ao cliente.

O mesmo relatório adianta que os organismos públicos nacionais que implementaram iniciativas para tornar as suas organizações mais ágeis, apresentam importantes melhorias nos níveis de produtividade e na satisfação dos seus «clientes» e funcionários públicos. Simultaneamente, essas entidades apresentaram uma diminuição da complexidade nos processos de negócio, o que se reflectiu na redução dos custos operacionais.

Vanda Nogueira, uma das responsáveis da consultora pela área de prática de Governo e Administração Pública afirma que para atingir o objectivo de uma Administração Pública ágil em Portugal «são prioritários um enfoque no serviço ao cliente e o desenvolvimento de capacidades de liderança e gestão da mudança».

O PortugalDiário contactou os responsáveis pelo estudo para saber quais os organismos portugueses que obtiveram a melhor classificação, mas a empresa não forneceu essa informação.
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