Sobredotados: especialista defende legislação - TVI

Sobredotados: especialista defende legislação

  • Portugal Diário
  • ASS
  • 9 abr 2008, 17:05
Crianças [arquivo]

Carmén Pomar diz que compete aos pais «normalizar» quotidiano das crianças

Relacionados
Portugal deve desenvolver legislação específica para crianças sobredotadas tal como Espanha já fez, disse esta quarta-feira Carmén Pomar, professora da Universidade de Santiago de Compostela, noticia a Lusa.

A psicóloga falava à margem do I Seminário Ibérico sobre «Sobredotação: Diferentes Olhares», que se realizou esta quarta-feira no Porto.

Segundo a docente, Espanha e Portugal estão na mesma linha conceptual mas existe uma grande diferença a nível legislativo.

«Em 20 anos Espanha conseguiu evoluir muito. Desenvolveu uma legislação específica que criou programas de apoio dentro das escolas do ensino normal para estas crianças», frisou.

Segundo Carmén Pomar, que definiu a criança sobredotada como «alguém com uma alta capacidade intelectual, um elevado nível de criatividade e uma motivação selectiva para algumas áreas», compete também aos pais, que são os primeiros a perceber a diferença, «normalizar o quotidiano o mais possível, procurando ajuda externa».

Segunda a psicóloga, «muitas vezes numa família em que existe uma criança sobredotada, os pais descuram o seu papel».

«Perdem autoridade e até deixam de dar afecto à criança, o que dificulta o desenvolvimento das suas relações sociais», frisou.

«Crianças iguais às outras»

O seminário, realizado pela Universidade Fernando Pessoa, vai debater também os mitos que ainda existem sobre a sobredotação.

Ana Costa, professora da Fernando Pessoa e organizadora do evento, disse que a vontade de criar um espaço, inexistente em Portugal, para o debate destas questões acabou por resultar na ideia de um seminário que «desse formação aos professores, aos educadores e aos pais».

«Era necessário realizar um debate, principalmente agora que a legislação sobre o ensino especial foi revista e nada foi previsto para apoiar estas crianças», disse.

Sustentou também que «é importante que estas crianças sejam estimuladas sem nunca esquecer que nunca devem ser tratadas como homens e mulheres pequeninos».

«Afinal são crianças, em grande parte iguais a todas as outras», salientou a docente.
Continue a ler esta notícia

Relacionados