Um milhão de espanhóis deixou de fumar - TVI

Um milhão de espanhóis deixou de fumar

  • Portugal Diário
  • António Sampaio, Agência Lusa
  • 17 dez 2007, 12:27
Um milhão de espanhóis deixou de fumar

Lei do tabaco, em vigor há dois anos, reduziu número de fumadores

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Inicialmente polémica e contestada tanto por fumadores como por empresas do sector e revendedores, a lei do Tabaco, em vigor em Espanha há praticamente dois anos, tem contribuído para uma redução significativa do número de fumadores.

Estima-se que desde a entrada em vigor da lei já tenham deixado de fumar mais de 1,2 milhões de pessoas em Espanha, empurrando os fumadores para uma minoria cada vez mais pequena na sociedade, inferior a 24 por cento.

Não que isso se note na maioria dos cafés ou restaurantes do país, onde a lei já vigora há dois anos mas onde as infracções se sucedem, quer por não se adaptarem os espaços ao fumo, quer por não se limitar a venda do tabaco a menores.

Tanto as administrações públicas como a sociedade civil denunciam que a aplicação da lei continua a ser desrespeitada e que as inspecções necessárias são insuficientes ou débeis, com queixas paralelas sobre a falta de programas públicos para deixar de fumar ou sobre o custo de alternativas medicamentosas para o fazer.

Limitando tanto os locais de consumo como os pontos de venda do tabaco, a lei proíbe fumo em qualquer local público, incluindo empresas, e obriga, no sector da restauração, a que espaços com mais de 100 metros quadrados criassem áreas distintas de fumadores ou não fumadores e os mais pequenos a optarem por permitir ou proibir o fumo.

Aquando da entrada em vigor da lei aludiu-se a eventuais perdas de dezenas de milhares de postos de trabalho no sector, afectando tanto os empregos directos como os indirectos, nomeadamente quiosques e postos de venda de jornais.

Continua sem haver uma indicação correcta desse eventual impacto, em particular porque estudos demonstram que o sector de restauração, que se dizia poderia ser um dos mais afectados, é o que menos respeita a lei.

Um estudo da Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU), por exemplo, refere que apenas 10 por cento dos bares e 15 por cento dos restaurantes de menos de 100 metros quadrados optaram por ser espaços sem fumo.

Cerca de 44 por cento tem sinalização inadequada no exterior, 85 por cento têm zonas de fumadores demasiado amplas, 37 por cento não tem separação física adequada entre as duas zonas e cerca de 07 por cento das pastelarias ainda permite fumar.

Esse é talvez um dos principais factores que facilitou o processo de habituação entre os fumadores.

Nas empresas vê-se mais gente, à porta, na rua, a fumar, mas nos cafés e restaurantes a lei foi um mero sobressalto passageiro.

As próprias máquinas de venda de tabaco, que agora obrigam a ter comando à distância para evitar o seu uso por menores, vêem-se regularmente permanentemente activadas.

Num bar cheio ninguém tem tempo para o controlo de quem compra o tabaco.
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