Calor: «Até custa respirar» - TVI

Calor: «Até custa respirar»

Jardins de Belém, em Lisboa (Marta Belchior)

No Porto, a brisa característica deu lugar a um ar abafado. Nem na praia se conseguia estar. Quem tem asma e alergias teve de escolher entre sofrer com o calor ou com o ar condicionado. Idosos optaram por ficar em casa

Portugal está em brasa. Depois de um início de Verão fresco, as temperaturas subiram e em muitas cidades os termómetros rondam os 40 graus. Tanto calor acaba por afectar quem está a trabalhar e também não agrada aos que estão de férias.

Quem tem asma e alergias sofre muito com estas mudanças súbitas. É o caso de Cláudia Sousa, que vive no Porto, onde as temperaturas deram um salto de um dia para o outro. «Até nem me costumo dar mal com o calor, mas esta subida brusca está a fazer-me mal», contou ao PortugalDiário.

A brisa que habitualmente se sente no Porto, hoje não aparece. A cidade está abafada e os portuenses ressentem-se. «Sinto-me cansada, letárgica, custa-me muito andar e respirar. Hoje já tive de tomar três vezes o remédio da asma».

No local de trabalho, sem ar condicionado, o calor também marca presença. «Estamos todos moles, sem vontade de trabalhar». Em casa, onde vive com os avós, está tudo fechado, para que o calor fique lá fora. «Os meus avós estão fechados em casa, com roupas frescas, a beber muita água e não vão sair à rua. Queixam-se de que está muito calor».

«Penso duas vezes antes de sair»

Com as altas temperaturas, a rinite alérgica de Rui Romão deu sinal de vida. «A subida de temperatura foi muito repentina», agora, torna-se difícil respirar.

E se sofre com o calor, também sofre com a solução. «Quem tem alergias não se dá bem com o ar condicionado». No trabalho ainda vai aguentando, só com as janelas abertas, mas se tiver que sair, as coisas complicam. «Penso duas vezes e se puder, evito sair, ou vou mais tarde». Quando tem mesmo de ser, arranja uma solução intermédia. «No carro ligo um bocadinho o ar condicionado para refrescar, mas abro as janelas também, para não sentir muito».

O regresso anunciado da chuva também não parece ser boa notícia. Já que uma nova mudança de tempo implica mais problemas respiratórios.

«Na praia está insuportável»

Com tanto calor, Maria Azevedo não aguentou e foi para a praia. Vive no centro do Porto e apanhou um comboio para chegar a Francelos. Logo na viagem, que dura cerca de 20 minutos, o calor começou a revelar-se insuportável, já que a composição não tinha ar condicionado.

Chegada à praia, foi «directa para o mar». O mergulho em água gelada foi um alívio temporário. Sem a brisa tão característica das praias do Norte, começou a ser muito difícil ficar na areia. Novo mergulho, com direito a «choque térmico» e, meia hora depois de ter chegado, a solução foi ir embora.

«Estava muito calor, insuportável mesmo. Não aguentei». O que explica que, num dia tão quente, estivesse tão pouca gente na praia. «Só havia algumas pessoas debaixo dos guarda-sois. Ao sol era impossível estar».

Maria optou por ir para a esplanada, onde a sombra lhe atenuava o calor. Ainda assim, o mesmo local revelou-se demasiado quente para outras pessoas. «Uma senhora, idosa, sentiu-se mal por causa do calor».
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