Esmeralda recusa contacto com Luís Gomes e Adelina Lagarto - TVI

Esmeralda recusa contacto com Luís Gomes e Adelina Lagarto

Tribunal entrega guarda precária de Esmeralda ao pai biológico

Tribunal de Torres Novas adia por este motivo o encontro da menina com o casal

O Tribunal de Torres Novas adiou esta terça-feira o primeiro contacto da menor Esmeralda Porto com o casal que a criou durante seis anos, alegadamente a pedido da própria criança, disse fonte judicial à agência Lusa.

Adelina Lagarto condenada

O primeiro contacto entre a menor e o casal Luís Gomes e Adelina Lagarto desde finais de Dezembro de 2008 - ocasião em que a criança passou a viver com o pai, Baltazar Nunes - estava agendado para quarta-feira, mas o encontro foi adiado por ordem do tribunal.

Para sustentar este adiamento, sem nova data, o tribunal apoiou-se num parecer da pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, que alegadamente citou a própria vontade da menor.

Este seria o primeiro encontro, mediado pela médica nomeada pelo tribunal, desde 19 de Dezembro, momento em que a criança passou a viver com o progenitor.

A fonte judicial indicou que, desde então, a criança tem convivido de forma saudável com o pai, mas, segundo a pedopsiquiatra, o comportamento alterou-se quando soube que os contactos com o casal estavam agendados para quarta-feira.

E foi a própria menor que pediu para não estar com o casal que a criou desde os três meses de idade, adiantou a mesma fonte.

A Agência Lusa tentou obter um comentário junto das partes esta terça-feira, à saída do Tribunal de Torres Novas, onde foi lido o acórdão referente ao processo-crime de que era alvo Adelina Lagarto, mas quer o casal quer o advogado de Baltazar Nunes recusaram prestar quaisquer esclarecimentos.

Adelina Lagarto diz que actuaria de outra forma

Adelina Lagarto, condenada a dois anos de prisão suspensa por subtracção da menor Esmeralda Porto, admitiu esta terça-feira que voltaria a receber a criança das mãos da mãe, mas teria actuado de forma diferente para manter a sua guarda.

«Amaria sim esta criança novamente», disse aos jornalistas Adelina Lagarto, que, juntamente com o marido, Luís Gomes, recebeu a criança com três meses de idade das mãos da mãe, Aidida Porto, uma imigrante brasileira que dizia não ter condições para cuidar da menina.

Em relação à condenação em tribunal, Adelina Lagarto reagiu assim no final da leitura do acórdão: «Ainda não digeri».

Fazendo uma retrospectiva de todo o processo, que se arrasta há vários anos nos tribunais, Adelina Lagarto admite que faria «coisas diferentes», principalmente no que respeita a procedimentos legais relacionados com o processo de adopção da criança.

Mais do que esta decisão de hoje, o que mais custou foi «perder a minha filha», como sucedeu no início deste mês, disse ainda a arguida.

Já o seu marido, Luís Gomes, admitiu que esta decisão já era esperada, até porque ele próprio já tinha recebido uma pena semelhante.

«Pontes de diálogo»

Luís Gomes subscreveu ainda o apelo a um melhor comportamento dos adultos envolvidos neste caso feito pela juíza-presidente do colectivo, Cristina Almeida e Sousa, e disse esperar que esta decisão constitua um «virar de página» no processo, permitindo a abertura de «pontes de diálogo» entre as partes quanto ao futuro da menina.

Quanto a um recurso da decisão de hoje, Luís Gomes remeteu para o seu advogado, Pinto de Abreu, mas o causídico disse que prefere só se pronunciar depois de analisar o acórdão.
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