Cardeal patriarca: «É necessária ousadia das testemunhas» - TVI

Cardeal patriarca: «É necessária ousadia das testemunhas»

D. José Policarpo

D. José Policarpo referiu na homilia de Páscoa que «as palavras convencem, mas o testemunho comove»

O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, afirmou este domingo que na actual Igreja «não basta a clarividência da doutrina, é necessária a ousadia das testemunhas», sublinhando que «as palavras convencem, mas o testemunho comove», adianta a Lusa.

«Na Igreja do nosso tempo, não basta a clarividência da doutrina, é necessária a ousadia das testemunhas. Porque o testemunho é dado com a vida, as testemunhas são aberturas a essa outra dimensão da vida, onde só Cristo continua a ser a fonte da vida», sustentou, apelando aos crentes para terem uma postura mais activa na sociedade.

«Só podemos dizer boa Páscoa se tivermos no nosso coração a convicção e a ousadia de testemunhas», afirmou na homilia na Sé Patriarcal de Lisboa.

A importância do «testemunho» foi introduzida na homilia a propósito da ressurreição de Jesus Cristo, que se comemora na Páscoa. «Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e nós somos disso testemunha», declarou.

D. José Policarpo projectou para a actualidade as dificuldades dos discípulos de Jesus, sublinhando que «mesmo os ateus podem aceitar o Jesus histórico, mas quem acreditar na ressurreição não pode, nem ser ateu, nem confinar o sentido da vida ao horizonte deste mundo».

De acordo com o cardeal patriarca, a primeira dificuldade passa pelo facto de ser «mais fácil aceitar a figura histórica de Jesus, o carácter sublime dos seus ensinamentos, a sua autoridade moral».

«Acreditar no ressuscitado é abrir o coração humano ao insondável de Deus, é mudar radicalmente as visões que se têm do sentido da vida humana, da sua plena realização, do horizonte do seu futuro», considerou.

«Acreditar na ressurreição é aceitar que Jesus Cristo está vivo, é tremendamente actual, é um desafio de amor e de eternidade na precariedade do horizonte restrito da nossa existência histórica», concluiu o patriarca.
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