O especialista em psicologia criminal, Carlos Poiares, afirmou esta terça-feira que o celibato dos padres não pode servir como «desculpa» para os casos de pedofilia na Igreja, uma posição também sustentada pelo sexólogo Júlio Machado Vaz.
Os especialistas comentavam a teoria de que as regras do celibato são, de alguma forma, responsáveis pelos «comportamentos desviantes» dos padres abusadores sexuais, uma posição já negada pelo Vaticano, escreve a Lusa.
«O celibato de um padre poderá levar à prática de relações sexuais com adultos, uma vez que os padres também são homens e faz parte da natureza biológica, mas não justifica a pedofilia», sustentou o psicólogo Carlos Poiares.
«Mesmo que não fossem padres, seriam pedófilos», salientou o especialista, reforçando que o celibato «não justifica minimamente» a pedofilia e não pode servir como «desculpa para nenhum caso». O psicólogo frisou também que «nenhuma profissão está isenta de ter pedófilos».
O sexólogo Júlio Machado Vaz concorda que a relação entre celibato e pedofilia não pode ser feita. «Permitir aos padres o casamento não garantiria que deixassem de existir os abusos sexuais contra menores, como acontece fora da Igreja», afirmou.
«Se isso fosse verdade, nenhum homem casado seria abusador e nós sabemos que isso não é verdade», referiu, acrescentando que «grande parte dos abusos se dá por familiares».
Celibato não é «desculpa» para pedofilia
- Redação
- VG
- 16 mar 2010, 11:00
Especialistas sustentam que se existisse uma relação entre celibato e pedofilia, «nenhum homem casado seria abusador»
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