Enfermeiros ameaçam deixar CODU devido a redução de horário - TVI

Enfermeiros ameaçam deixar CODU devido a redução de horário

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Profissionais querem estar no serviço do INEM durante as 24 horas

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Os enfermeiros ameaçaram deixar de prestar serviço a partir desta quinta-feira nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, caso o Ministério da Saúde não se comprometa a colocá-los nestes serviços durante as 24 horas, noticia a Lusa.

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Emergência Pré-Hospitalar, o Ministério da Saúde decidiu na quarta-feira à noite manter estes profissionais nos CODU, mas apenas entre as 08:00 e as 20:00.

«Na sexta-feira, o Conselho Directivo do INEM deu uma ordem de expulsão a todos os enfermeiros dos quatro CODU. Ontem decidiram que continuavam apenas 12 horas por dia e apenas durante o mês de Abril, enquanto fazem um estudo sobre a pertinência da quantidade dos enfermeiros nestes centros», afirmou o coordenador do SEP, José Carlos Martins.

Uma fonte oficial do Ministério da Saúde garantiu que «até uma avaliação técnica, nada vai mudar nos CODU», não confirmando contudo se os enfermeiros se vão manter apenas 12 horas por dia.

O Sindicato afirmou que «ninguém vai estar disponível para garantir o CODU» a partir de quinta-feira, uma posição secundada pelos enfermeiros de emergência pré-hospitalar.

«Se não houver nenhuma resposta por parte do Ministério, estamos dispostos, a partir das 20:00, a não estarmos disponíveis para trabalhar no CODU», declarou José Gomes, da associação que representa os enfermeiros do INEM.

«Não faz sentido garantir a assistência durante apenas 12 horas. A emergência não tem hora para acontecer», frisou.

O Sindicato dos Enfermeiros alertou ainda que a ausência destes profissionais nos CODU já levou à ocorrência de situações «graves».

«Em Lisboa, onde os enfermeiros já terão sido afastados, nenhuma via verde coronária foi activada e das 42 activações da via verde dos AVC, 19 foram activações incorrectas. Isso traduziu-se num aumento de queixas por parte das pessoas e dos próprios serviços de urgências hospitalares», exemplificou José Carlos Martins.

De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, «a concretizar-se o afastamento dos enfermeiros que trabalham nos CODU, grande parte das chamadas serão avaliadas por Técnicos de Operações de Telecomunicações de Emergência, que não têm qualquer competência para fazer juízo clínico relativo aos dados transmitidos, dada a impossibilidade humana de só dois médicos poderem responder a todas as chamadas».
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