Entre 5 a 8 mil portugueses sofrem de intolerância ao glutén - TVI

Entre 5 a 8 mil portugueses sofrem de intolerância ao glutén

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Problema afecta 1 a 3% da população mundial, lembram especialistas no dia internacional da doença celíaca

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Um a três por cento da população mundial sofre da doença celíaca. Em Portugal estão diagnosticados apenas entre 5 a 8 mil casos, um valor muito abaixo da média universal.



A doença celíaca trata-se de uma inflamação do intestino que se caracteriza pela intolerância à proteína do glúten e esta quinta-feira assinala-se o seu dia internacional.

«Trata-se de uma intolerância a uma proteína que está presente em quatro alimentos: o trigo, o centeio, a cevada e a aveia. Há vários sintomas da doença celíaca, mas aquele que é mais facilmente perceptível são as diarreias fortes», explicou à Lusa a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas.

De acordo com Alexandra Bento, o consumo de glúten por pessoas que sofrem de intolerância a esta proteína faz com que desapareçam as vilosidades intestinais, fundamentais para que haja uma eficiente absorção dos nutrientes.

«Como as vilosidades intestinais desaparecem, a mucosa intestinal fica praticamente plana e há dificuldades na absorção dos nutrientes dos alimentos e a partir daí, se há dificuldade, a grande consequência é o baixo peso e a criança não progride», apontou.

Surgem cada vez mais casos

Para Raquel Madureira, da Associação Portuguesa de Celíacos (APC), a doença deixou de ser exclusiva de crianças e apesar de já ser conhecida há centenas de anos, continuam a aparecer cada vez mais casos.

«A ideia que se tem é que será um a três por cento da nossa população a nível internacional. Extrapolando para Portugal, serão entre 100 a 300 mil portugueses, mas diagnosticados são só entre 5 a 8 mil», adiantou a presidente da APC.

No entender de Raquel Madureira, esta é uma doença limitativa que afecta sobretudo a vida social de quem dela padece.

«Toda a vida fora de casa é complicada, férias, jantares, tudo. A vida dentro de casa já não é tão complicada porque já há imensos alimentos sem glúten, mas continua a não ser completamente livre porque há muitos alimentos que têm glúten e não diz nada no rótulo e as pessoas estão sempre em risco constante», sublinhou.

Nesse sentido, a presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) defendeu que a prevenção e o tratamento da doença assentam na alimentação, apesar de lembrar que só na teoria é que é fácil retirar o glúten da alimentação, uma vez que ele está presente no pão, bolachas, massas, gelados, iogurtes ou comida pré-cozinhada.
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