Gripe A: feto com cordão à volta do tronco e não do pescoço - TVI

Gripe A: feto com cordão à volta do tronco e não do pescoço

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CUF Descobertas: só autopsia e estudo da placenta podem dar respostas sobre a causa de morte de feto

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O bebé de 33 semanas que morreu na segunda-feira depois de a mãe ter sido vacinada contra a gripe A tinha o cordão umbilical enrolado à volta do tronco e de uma perna e não à volta do pescoço, pelo que não terá sido essa a causa de morte. A revelação foi feita em conferência de imprensa no Hospital CUF Descobertas que não adianta qualquer causa para a morte do feto e recusa uma relação causa-efeito entre a morte e a vacina.

«Nenhum dado coloca em causa a vacina contra a Gripe A: é segura»

«Só a autópsia e o estudo da placenta poderão dar alguma explicação», disse directora do Serviço de Ginecologia e Obstretícia, Conceição Telhado, que adiantou que «daqui a uns dias, talvez uma semana» é que poderão ser conhecidas as causas do óbito, ressalvando, no entanto, que as respostas podem não ser conclusivas: «Pode até não se descobrir nada», disse a médica.

Segundo o hospital, a grávida, que actualmente está bem, deu entrada no hospital pelas 21 horas de segunda-feira depois de ter sentido uma «diminuição dos movimentos fetais». Foi efectuada uma ecografia e confirmado o óbito do feto. Sobre o facto de estes sintomas serem os mesmos da primeira grávida que tomou a vacina e perdeu o bebé, a responsável de Obstretícia recusou qualquer relação entre os dois casos.

A «grávida não teve qualquer sintoma», disse a médica que explicou que a movimentação do feto é normal e que a diminuição ou aumento dos movimentos pode variar. «Pode ser, ou pode não ser», disse a responsável que adiantou ainda que a mulher tomou a vacina no dia 12 às 10 horas, ou seja, na quinta-feira, e que «nos dias seguintes «não teve reacção nenhuma, nem mialgias».

A mulher com cerca de 30 anos teve uma gravidez «normal, não era grávida de risco» e este era a terceira vez que esperava bebé. O hospital garantiu que a mulher «está bem, normal, calma, óptima». O parto foi induzido depois de ter sido confirmada a morte do feto, mas o parto natural só ocorreu esta madrugada às 4 da manhã.

«Vacina é a única alternativa que temos»

Questionada sobre o facto de a vacina administrada às grávidas portuguesas ser diferente da utilizada em Espanha (sem adjuvantes), Conceição Telhado explicou que na Suécia foram já vacinadas cerca de dois milhões de grávidas e não houve qualquer problema. «Nós aconselhamos, mas a vacinação é feita no Centro de Saúde. Só temos uma alternativa. É esta que temos», disse.

Já o director clínico do estabelecimento de saúde, Jorge Mineiro, explicou que a vacinação ocorre segundo a política da Direcção-Geral de Saúde e que até ao momento não existe indicação para mudar». Ambos os clínicos indicaram que vão continuar a recomendar as grávidas que se vacinem contra a gripe A, no entanto, Conceição Talho adiantou que «nunca obrigamos uma grávida a vacinar-se».
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