Não houve «instruções» para demitir director clínico de Braga - TVI

Não houve «instruções» para demitir director clínico de Braga

Médico

Médico terá feito 17 anestesias num só dia

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O Hospital de Braga garantiu este sábado que «não recebeu, sob qualquer forma, instruções ou sugestões do Ministério da Saúde para demitir o seu director clínico», Mário de Carvalho, por causa da polémica da anestesia.

«Mário de Carvalho apresentou a sua demissão, numa carta datada de 9 de Fevereiro, de forma a melhor poder defender-se das acusações públicas de que está a ser alvo», refere, em comunicado, a administração do hospital.

A administração diz ainda repudiar o «aproveitamento político» que tem vindo a ser feito a propósito daquele caso.

Na quinta-feira, fonte ligada ao processo disse à Lusa que o ministro da Saúde ordenou que o médico anestesista do hospital de Braga, Mário de Carvalho, fosse afastado, dando seguimento a uma recomendação da Inspecção-geral das Actividades da Saúde (IGAS).

Segundo a fonte, Paulo Macedo deu seguimento às recomendações da IGAS, tendo solicitado à administração do Hospital de Braga que afaste o médico.

A polémica está relacionada com Mário de Carvalho, médico anestesista que era também o director clínico do hospital de Braga. Num só dia, terá ministrado anestesia a 17 doentes.

No relatório do caso, o perito do IGAS, também ele anestesista, considera que «o especialista feriu as regras de comportamento exigidas para a anestesia em segurança de um doente».

Considerou ainda que «houve sobreposição de actividade médica, não se aceitando o comportamento do especialista face à boa prática médica».

O perito garante também que o médico «colocou desnecessariamente em causa os doentes», recomendando o seu afastamento.

Em Janeiro, o deputado do BE João Semedo enviou um requerimento ao ministério da Saúde, apelidando aquele médico de «turbo-anestesista» e relatava, com detalhe, as horas e minutos em que o especialista «foi apanhado, à mesma hora, em diferentes salas».

Porém, o processo de averiguações instaurado pelo Hospital de Braga, cujas conclusões foram conhecidas em Janeiro, concluiu pela «inexistência de matéria de facto».

«O que se concluiu é que não havia razões para as acusações», explicou na ocasião fonte da administração do Hospital de Braga.

O caso começou por ser denunciado, sob anonimato, por um alegado grupo de anestesistas daquele hospital, que falava em «má prática clínica, susceptível de colocar em risco a vida dos doentes».
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