NATO: activista «barrado» recusa ser «tratado como criminoso» - TVI

NATO: activista «barrado» recusa ser «tratado como criminoso»

Medidas de segurança no Parque das Nações (Hugo Beleza)

Lucas Wirl foi impedido de entrar em Portugal apesar de não ter cadastro

Lucas Wirl, o activista da associação internacional IALANA impedido de entrar em Portugal, recusou esta sexta-feira «ser tratado como criminoso» e afirmou que foi barrado na fronteira por «questões políticas», mas «sem uma razão concreta».

Em declarações à agência Lusa, a partir de Berlim, Lucas Wirl, 29 anos, afirmou que «não tem cadastro» e que «nunca esteve envolvido» em quaisquer actos de violência, e garantiu que a organização que representa «é pacifista» e «usa as palavras e o Estado de Direito» para os protestos políticos.

O activista considerou que a decisão das autoridades portuguesas de barrarem a sua entrada no país, onde pretendia participar na contra-cimeira da NATO, que decorre até domingo em Lisboa, no Liceu Camões, «é absolutamente ilegal».

«À saída do avião fui levado para um gabinete. Perguntaram se podiam ver a minha bagagem e eu concordei. Tinha papéis, comunicados de imprensa, material da IALANA e papéis com o programa da contra-cimeira», declarou.

Lucas Wirl reclama que as autoridades portuguesas «não deram uma razão concreta» para justificar o seu impedimento de entrar em Portugal, pelo que só a entende como uma «questão política».

«Isto nunca aconteceu antes. Eu acredito que o Governo português está sob uma pressão tremenda por parte das agências internacionais de segurança por causa da cimeira da NATO, que obrigam a regras muito apertadas. Mas eu não sou um criminoso e esta proibição ilegítima», alega.

Entre as 00:00 de terça-feira e as 17:00 de hoje 207 estrangeiros foram impedidos de entrar em Portugal por razões de «ordem pública e segurança nacional», no contexto das medidas de segurança adoptadas por causa da cimeira da NATO, segundo um relatório divulgado hoje pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Hoje, o BE anunciou que vai pedir explicações ao Governo sobre o impedimento de entrada de cidadãos europeus, afirmando que garantir a segurança é diferente de atropelar os direitos e as liberdades fundamentais.
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